Comunico aos queridos amigos que, após minucioso diagnóstico, ser portador de doença rara entre humanos: Lucidez.
A Lucidez decorre do interesse
do impaciente por busca do sentido da Vida, das relações de causa e efeito, da
análise criteriosa de contextos, enfim, de todas as circunstâncias que assolam
o portador.
O meu caso é considerado mais
grave, porque agudo e crônico, na medida em que ao longo dos anos eu sempre me
pautei pelo excesso no uso de informações de fontes fidedignas com alto nível
de densidade de exatidão e pertinência.
A Lucidez pode ser letal via
ocorrências de suicídio, surtos de ira ou descompensações, afogamento etílico e
substâncias alucinógenas, inclusive em doses acima de 40 gramas (ou serão 30?),
portanto ilegítimas (ou serão ilícitas?).
Até o momento, no meu caso,
não ocorreram manifestações de nenhum dos ímpetos acima.
Um resto de humor ainda tem, e
espero que permaneça, funcionado como antídoto a impulsos de autoextermínio ou
a quadros de despirocações mais expressivas do que aquelas já manifestas no
dia-a-dia.
Outro fator que tem
contribuído de forma importante para atenuar o quadro dramático da patologia é
a possibilidade de compartilhar a angústia resultante do agravamento da doença,
pelo que agradeço eternamente aos queridos amigos que insistem em me visitar
aqui.
Meu muito obrigado a todos.
É loucura achar que é possível alguém ser portador dessa doença. Ser um átomo na imensidão desconhecida do universo não torna nenhum mero mortal capaz de portar tal anomalia. Simplesmente não há como. O que há ali no planeta vizinho? Ninguém sabe. Tem água? Está embaixo da superfície? Não sabe né. E vem falar em lucidez. Não existe isso nesse mundo.
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