terça-feira, 2 de julho de 2024

PICO

 



Comunico aos queridos amigos que, após minucioso diagnóstico, ser portador de doença rara entre humanos: Lucidez.

A Lucidez decorre do interesse do impaciente por busca do sentido da Vida, das relações de causa e efeito, da análise criteriosa de contextos, enfim, de todas as circunstâncias que assolam o portador.

O meu caso é considerado mais grave, porque agudo e crônico, na medida em que ao longo dos anos eu sempre me pautei pelo excesso no uso de informações de fontes fidedignas com alto nível de densidade de exatidão e pertinência.

A Lucidez pode ser letal via ocorrências de suicídio, surtos de ira ou descompensações, afogamento etílico e substâncias alucinógenas, inclusive em doses acima de 40 gramas (ou serão 30?), portanto ilegítimas (ou serão ilícitas?).

Até o momento, no meu caso, não ocorreram manifestações de nenhum dos ímpetos acima.

Um resto de humor ainda tem, e espero que permaneça, funcionado como antídoto a impulsos de autoextermínio ou a quadros de despirocações mais expressivas do que aquelas já manifestas no dia-a-dia.

Outro fator que tem contribuído de forma importante para atenuar o quadro dramático da patologia é a possibilidade de compartilhar a angústia resultante do agravamento da doença, pelo que agradeço eternamente aos queridos amigos que insistem em me visitar aqui.

Meu muito obrigado a todos.


Um comentário:

  1. É loucura achar que é possível alguém ser portador dessa doença. Ser um átomo na imensidão desconhecida do universo não torna nenhum mero mortal capaz de portar tal anomalia. Simplesmente não há como. O que há ali no planeta vizinho? Ninguém sabe. Tem água? Está embaixo da superfície? Não sabe né. E vem falar em lucidez. Não existe isso nesse mundo.

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