O mundo não é mais como costumava
ser.
As réguas do passado com as
quais medíamos os fenômenos não servem mais ao presente e muito menos ao porvir.
Religião, Política, Ciência
nunca estiveram tão distantes dos propósitos que seus princípios assim as
determinavam. Os balizadores que delas emanam quase sempre se mostram distantes
do Bom, do Belo e sobretudo do Justo.
A Fé namora com o fanatismo
exacerbado adoecendo cérebros e corações. Há sinais de uma patologia social
evidentes.
O Poder infesta-se, aqui e
acolá, de interesses escusos impensáveis e o campo de luta por supremacia vaza
em perversidades generalizadas e de grosso calibre.
A disputa não se trava pelas
veias ideológicas, antes fosse. Estudiosos da Sociologia, da Filosofia, da
Ciência Política ou até mesmo da Teologia não têm teses sobre o que se passa. Os
fins justificam os meios, é o que grassa.
A Pessoa não importa.
Alienar-se absolutamente
tornou-se imperativo, quase terapêutico. Buscar conviver com a insignificância
e o pouco que cabe na microfísica do seu poder talvez seja o último lenitivo
que resta ao cidadão comum.
Sobreviver à sua vida
comezinha e a sua gigantesca e, como nunca experimentada, impotência e perda de
sentido.
A Utopia está morta.