A sociedade não pode mais querer
punir o criminoso e não tratar das circunstâncias que podem estar fomentando e
amplificando crimes.
O terror é a miséria, o descaso, a desesperança, o abandono, a ignorância, a falta de perspectiva.
O terror é a ausência de futuro.
Nosso conformismo tem nos levados aos culpados para não nos fazer tratar das culpas, pois é muito mais fácil. Com a prisão ou a dizimação de criminosos repara-se o crime, embora permaneçam as circunstâncias.
A vigilância da mídia e o espaço urbano big brother facilitam a existência da Cidade Alerta. Onde houver um crime, serão flagrados os criminosos, identificados, presos e lançados ao hediondo mundo do nosso equívoco.
O cientista político Francis Fukuyama observa que toda política se tornou identitária. O debate de ideias movido a reflexão foi substituído por um jogo de signos que exibimos nas redes. Este jogo não tolera ambiguidades, sutilezas.
A identidade é étnica, é política, é cultural e vem com um conjunto de opiniões estritas. Ou pensa exatamente aquilo, ou não pertence ao grupo. Mais: é contra o grupo.
Só que a internet e, portanto, a política corrente, não tolera aquilo que complica. O ruído identitário quer calar a reflexão da qual o mundo precisa como nunca.
Ações em represália ao ato terrorista, intrinsecamente, resultam em uma amplificação do ato em si e convertem-se em combustível propagador da estratégia para desencadear mais terror.
A morte social é o terror.
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