Não, artificial, não. Nem
artifícios, tão pouco, com seus engodos.
Prefiro a natureza, ainda que
bruta. O real, com a verdade translúcida.
Nem este, de seus pedalinhos e
pedaladas, nem aquele de joias. E todos os outros, com seus podres poderes. Para
eles, nem Aldo, nem Sérgio. Rui, o Águia. Para a gente não ter vergonha de ser
honesto.
Som, pelo som, não. Acorde,
tom, harmonia e, sobretudo, letra para entrar cérebros, corações e pulmões
adentro, musculando nossa compreensão e nossas paixões, ainda que ensandecidas.
Boquinha da garrafa, não.
Dedinho na ponta dos pés, frevo, catira, baião, até quadrilha, daqui de Minas. Em
monte de outros rodopio. E junto, coladim. Tango, dos nervoso.
Dinheiro pode ser de plástico,
carro pode ser a vácuo, móveis podem ser de excedentes reciclados, os cambau.
Os trem podem ser de qualquer trem. Artificiais, porque de uso.
Linguagem, não. Artificial,
não.
Palavra é pra ser extraída de
lavoura arcaica, terra bruta do tempo vivido, arada, adubada, sugada das
raízes, as mais profundas.
Pralavra, da fonte, límpida
como entranhas. Repleta de sangue, suor e lágrimas.
Amor de olho, de cheiro, de
toque, de gozo.
Mistério, sim. Saber tudo,
não. É artifício.
Linguagem de Gente, sim. De Máquina,
não.
FOTO: Belezura vinda da terra
nua na minha morada. Plantei, podo, adubo e rego.
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