Faço minhas as palavras extraídas de parte do editorial do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, O DESENCANTO COM A “FRENTE
AMPLA”, publicado hoje.
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A coligação de Lula da Silva não logrou reunir senão partidos de esquerda. Ela não conquistou a maioria no primeiro turno. No segundo, venceu pela margem mais apertada desde a redemocratização, perdendo em regiões importantes como o Sul, Sudeste e Centro-Oeste e entre as classes média e alta. Aqueles que não lhe deram um voto de confiança, seja por terem votado no adversário, nulo, branco ou não terem votado, representam quase dois terços do eleitorado. Na Câmara, ela conquistou pouco mais de 130 cadeiras (cerca de um quarto) e no Senado, 5 das 27 disputadas.
Não havia nada na campanha que
autorizasse expectativas de que o PT teria revisto suas pretensões hegemônicas
e seus programas retrógrados; não havia nenhuma proposta que autorizasse supor
que Lula adotaria o pragmatismo de seu primeiro mandato; não havia nenhuma
retratação pelas políticas econômicas heterodoxas gestadas em seu segundo
mandato e consumadas pela sua criatura Dilma Rousseff, que mergulharam o País
na pior recessão da história recente; nem pelas táticas empregadas no mensalão
ou no petrolão, que o mergulharam na maior crise moral da Nova República; nem
pelo sectarismo virulento que o polarizou e abriu caminho para a eleição da
nêmesis petista, Jair Bolsonaro.
Lula e o PT não só não
aprenderam nada nem esqueceram nada, como falam de um Brasil em estado
catastrófico, como se não tivessem recebido cinco dos últimos seis mandatos e
governado o País por quase 14 dos últimos 20 anos.
Já no poder, o Diretório
Nacional do PT, que, como se sabe, nada mais é que um porta-voz de Lula,
consolidou essa atitude em uma resolução eivada de ressentimentos e mentiras. O
partido teria sido vítima de uma conspiração das elites, e seu retorno ao poder
é uma espécie de reparação histórica que lhe dará a oportunidade de se vingar e
implementar plenamente seus dogmas.
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Fico aqui torcendo para algo de extraordinário aconteça, embora os últimos setenta e um anos de minha vidinha demonstrem que tudo continuará dantes no quartel de abrantes.
Ou pior.
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