“Acabaram-se as festas,
acabaram-se os fogos. Agora vem as contas.”
Ouvi esta frase, dita pelo
então candidato Jânio da Silva Quadros, em um comício aqui em BH. Minha mãe foi
cabo eleitoral da figura folclórica do esporte brasileiro mais sem graça: a Política.
Sem graça porque os perdedores
sempre são os mesmos e tomam de balaiada dos vencedores, os mesmos de sempre
com suas táticas e estratégias de jogo sujo, árbitros de interesses duvidosos,
VAR com curtos-circuitos na hora do corte de linha.
O que o brasileiro tem de sobra
é resiliência para seguir apesar dos pesares, apesar do jogo bruto.
Entra governo e sai governo,
há décadas, e a gente sabe que vamos bancar o campeonato, a festa democrática, a
transição, os cem dias e aí, entramos em campanha novamente para a próxima
temporada.
Agora até com mortes, uma
novidade importante, fora das quatro linhas, além dos inúmeros rompimentos em
diferentes laços de afeto, amizade e coleguismo. Uma lástima, dos novos tempos.
Além de mortes a profusão de
desinformação com interesses perversos que produzem uma avalanche nociva de interpretações
amplificando a gravidade do momento.
Assim, em tempos de verdades
de absolutos, ache tempo para desimportanças, ignoranças e trens inservíveis.
“Há várias maneiras de não se
dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.”
Assista na Netflix ao
documentário sobre Manoel de Barros, que nasceu com uma anomalia incurável.
Nasceu poeta, um inútil.
Não vai adiantar nada, mas
talvez encontre.
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