Não gosto do que se nos
avizinha ao Alvorada.
Não gosto do que a realidade
nos impõe neste momento naquilo que se refere ao processo eleitoral para o
Palácio da esperança permanente. Há aqui, também, uma inversão profunda de
valores.
O processo, embora legal, é
cruelmente ilegítimo. A maioria está sendo desconsiderada o que, sob qualquer
prisma, confere-se em um golpe mortal ao conceito essencial de democracia.
A maioria não quer quem está
por ser eleito. Não quer nem o candidato A e nem o candidato B. A maioria está
gritando: “Eles Não!” As pesquisas dão conta índices de rejeição
acima de 45% tanto para um quanto para o outro candidato.
Se somados aos votos brancos e
nulos (e parte das abstenções) àqueles dos eleitores que estão escolhendo o
candidato A para que o candidato B não vença mais os votos dos eleitores que
estão escolhendo o candidato B para que o candidato A não vença, a apuração
conferirá um resultado avassalador.
A minoria está escolhendo quem
presidirá o país. Nada mais trágico e ilegítimo.
São numericamente inferiores
os eleitores de convicção tanto no candidato A quanto no candidato B. Por
diferentes razões, mas seja pela qual for, não há convicção, sem temor ou sem
ressalvas.
Até mesmo nestes,
relativamente ao universo completo de eleitores, numericamente inferiores, não
há uma escolha irrestrita.
Busco compreender e confesso
tenho sérias dificuldades. O que verdadeiramente nos trouxe a este quadro de
equívocos? Por que optamos pela não manifestação pura de nossa vontade? Por que
nos omitimos diante de questões tão graves para o presente e para o futuro?
Por que traímos aos nossos
mais profundos desejos? Por que escolhemos aquilo que nos exporá à nossa
própria verdade? Por que seguimos aos outros que também não querem aquilo que,
no fundo, nós também não queremos?
Por que não somos capitães de
nossa própria alma?
Rogo para que os ilustres
legisladores tenham a eleição de 2018 e 2022 como algo a ser considerado. Que
revisem a estrutura dos marcos regulatórios da matéria. Considerar inválida a
maioria é, essencialmente, um equívoco determinante para o desconcerto da
sociedade.
Talvez o futuro aponte que o
equívoco seja meu.
Melhor.
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