domingo, 25 de setembro de 2022

EXPRESSO


A que espetáculo de cores verdejantes fomos expostos ontem à noite.

O meu Oscar não vai para os protagonistas. Nem para o bárbaro e nem para o anjo civilizatório (ausente do espetáculo), surgidos por geração espontânea no habitat lamaçal palaciano.

O meu Oscar não vai para os coadjuvantes em seus enredos desesperados.

O meu Oscar não recairá também, na categoria de efeitos especiais, para a figura grotesca surgida de sabe-se lá onde neste filme de horrores.

O meu Oscar vai para o enredo de O Expresso da Meia-Noite, de Oliver Stones e Billy Hayes, pela cena dirigida pelo Alan Parker do Brad Davis em que ele gira em direção contrária à de todos os detentos.

No dia 02 vou ficar bem quetim no meu cantim.

Ouvindo o som emanado dos pingos d’água que caem da jarra de Afrodite.

Gozando o direito de não mais ser obrigado a votar e da liberdade de ficar em paz com minha consciência.  

 


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