“Não é nada fácil, mesmo para os mais lúcidos ou mais ousados, resistir ao canto da sereia das ideias dominantes.”
Evaldo Cabral de Mello, historiador
Por que não Simone Tebet?
Maturidade, lisura, compostura,
altivez, competência testadas e comprovadas como Prefeita, Vice-Governadora,
Senadora da República.
Por que não?
Fez um percurso extraordinário
nas prévias partidárias, disputando com transparência e senso democrático
dentro de um vespeiro com a resistência velhaca de correligionários de conduta
reprovável mais do que conhecida pela sociedade.
Buscou alianças em outros
partidos, foi a escolhida entre candidatos de maior visibilidade.
Por que não Simone Tebet?
Por que votou no impeachment
contra a presidenta? Em 2000 foi promulgada, depois de 500 anos de orgias com o
erário público, a lei de Responsabilidade Fiscal. A Presidenta herdou de seu
antecessor uma bomba de efeito retardado que a fez drenar os cofres de bancos e
outras instituições do Estado, solapando em todos os quesitos a Lei Áurea, que
nos livrou de corruptos contumazes mais do conhecidos e indiciados.
Por que não Simone Tebet?
Ah, sim, porque o único capaz
de eliminar o outro é o outro, ambos com o maior número de rejeições entre todos
os candidatos. Ambos testados e responsáveis pelos desatinos mais escabrosos
das duas primeiras décadas do Terceiro Milênio.
Um
que, desde 2018, está em campanha para desestabilizar o país e que nas
comemorações dos 200 anos da República, transgrediu todas as letras das leis
que delimitam a conduta de candidatos e cometeu todos os crimes ali previstos.
Simultaneamente,
sem nenhum pudor, passou como um trator por cima dos procedimentos
orçamentários básicos com a edição de um decreto para acelerar a liberação de
emendas de relator do orçamento secreto, a três semanas das eleições. Uma
edição extra do Diário Oficial da União saiu na noite da véspera do desfile,
com a intenção de o real motivo passar despercebido em meio à tensão que se
criou em torno do dia 7 de setembro.
O outro, travestido de defensor dos pobres e oprimidos, cometeu um dos maiores crimes contra aqueles que acreditaram, no princípio do século, que seria possível governar em proveito deles.
Seu
cinismo é doença crônica. É como se acreditasse que não era o Presidente da
República e, portanto, responsável direto por tudo aquilo que acontecia nos
gabinetes de seus ministérios. O da Casa Civil, sobretudo, que foi condenado a
27 anos de cadeia sem direito a recursos.
Por
que não Simone Tebet?
Para
mantermos a sina da triste latino América, fadada a ser, na História, um emaranhado
de republiquetas tiranizadas pela pior espécie dos profissionais da puslítica?
Incluam-me
fora desta. Eu vou contra a corrente.
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