sexta-feira, 9 de setembro de 2022

CAMINHOS

“Não é nada fácil, mesmo para os mais lúcidos ou mais ousados, resistir ao canto da sereia das ideias dominantes.”

Evaldo Cabral de Mello, historiador 


Por que não Simone Tebet?

Maturidade, lisura, compostura, altivez, competência testadas e comprovadas como Prefeita, Vice-Governadora, Senadora da República.

Por que não?

Fez um percurso extraordinário nas prévias partidárias, disputando com transparência e senso democrático dentro de um vespeiro com a resistência velhaca de correligionários de conduta reprovável mais do que conhecida pela sociedade.

Buscou alianças em outros partidos, foi a escolhida entre candidatos de maior visibilidade.

Por que não Simone Tebet?

Por que votou no impeachment contra a presidenta? Em 2000 foi promulgada, depois de 500 anos de orgias com o erário público, a lei de Responsabilidade Fiscal. A Presidenta herdou de seu antecessor uma bomba de efeito retardado que a fez drenar os cofres de bancos e outras instituições do Estado, solapando em todos os quesitos a Lei Áurea, que nos livrou de corruptos contumazes mais do conhecidos e indiciados.

Por que não Simone Tebet?

Ah, sim, porque o único capaz de eliminar o outro é o outro, ambos com o maior número de rejeições entre todos os candidatos. Ambos testados e responsáveis pelos desatinos mais escabrosos das duas primeiras décadas do Terceiro Milênio.

Um que, desde 2018, está em campanha para desestabilizar o país e que nas comemorações dos 200 anos da República, transgrediu todas as letras das leis que delimitam a conduta de candidatos e cometeu todos os crimes ali previstos.

Simultaneamente, sem nenhum pudor, passou como um trator por cima dos procedimentos orçamentários básicos com a edição de um decreto para acelerar a liberação de emendas de relator do orçamento secreto, a três semanas das eleições. Uma edição extra do Diário Oficial da União saiu na noite da véspera do desfile, com a intenção de o real motivo passar despercebido em meio à tensão que se criou em torno do dia 7 de setembro.

O outro, travestido de defensor dos pobres e oprimidos, cometeu um dos maiores crimes contra aqueles que acreditaram, no princípio do século, que seria possível governar em proveito deles.

Seu cinismo é doença crônica. É como se acreditasse que não era o Presidente da República e, portanto, responsável direto por tudo aquilo que acontecia nos gabinetes de seus ministérios. O da Casa Civil, sobretudo, que foi condenado a 27 anos de cadeia sem direito a recursos.

Por que não Simone Tebet?

Para mantermos a sina da triste latino América, fadada a ser, na História, um emaranhado de republiquetas tiranizadas pela pior espécie dos profissionais da puslítica?

Incluam-me fora desta. Eu vou contra a corrente.






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