Ed, protagonista do filme O Homem do amanhã, em cartaz na Amazon Vídeo, coloca como máxima: “Tem aqueles que veem, aqueles que veem porque eu mostro e aqueles que não veem.”.
Eu, então, lembrei-me de uma
assertiva que fazia nas palestras que ministrei por mais de quinze anos
país-a-fora: “Há três categorias de pessoas: aquelas que estão fazendo as
coisas acontecerem; aquelas que estão observando as pessoas que estão fazendo
as coisas acontecerem e aquelas que não estão entendendo nada.”.
O filme, americano, é
construído em esforço interessante para comunicar a ideia com alegorias e metáforas.
Assemelha-se ao recém-lançado Não olhe para cima, já que trata do
que em um e em outro é iminente: o futuro.
No futuro todos nós morreremos
ainda parece ser algo em que boa parte de nós acredita. A questão é que como e
quando e se todos vitimados coletivamente por catástrofe climática ou desatino
de nossos líderes ou individualmente, um a cada um, vítima de mazela súbita ou
falência geral dos órgãos.
O filme convida a pensar sobre
o momento presente, as relações (especialmente as familiares) e sobre o
cotidiano de nossas vidas.
Há a figura simbólica do afeto
como instrumento de ligação e sentido, mas o que me causou maior interesse foi
a impotência do indivíduo diante do desenrolar da História.
Estamos sendo levado algoritmicamente
para algo expressivo sinalizado por diferentes variáveis todas de alta
combustão: a questão climática, o fosso social, as tecnologias disruptivas e o
esgotamento da Política como meio de ajustamento entre os poderes
institucionais.
A sensação que fica, como no
filme ou à partir dele, é que algo está por vir ali à nossa frente, ainda que
em primeiro plano aja um campo verdejante.
Assistam, vale a mensalidade.
Até breve.