Paixão cega, mas é bom. Não ver, com gozo, qual o problema? Não é o que importa, a satisfação?
Leio com interesse e atenção
tudo o que me surge à frente relacionado ao campo das relações. Gosto às pampas
de gente. A vida toda estive olhando para o tema.
Em diferentes cenas a figura
humana me excita. Acho o maior barato, o bicho.
Agora, de uns tempos pra cá, especialmente.
A infernet permitiu que as relações fossem mais amplas. Tudo rola na rede.
Eu deliraria ser possível
acompanhar mais de perto a imensa corrente de paixões do tempo presente. Ocorre
que eu tenho outros afazeres, movidos por paixões mais desimportantes. Fazer um
tablet de madeira pra Lelê, por exemplo.
No entanto, confesso que 2022
está me proporcionando um vasto campo de “estudo” do bicho e, por força disto,
às vezes me pego às gargalhadas e outras vezes em estado de torpor.
As paixões estão agudas, cegas
por demais.
Na minha juventude como
desenvolvedor de gente usei a Análise Transacional. A Análise Transacional é
uma teoria psicológica que se propõe a estudar o comportamento humano,
compreendendo a personalidade enquanto um sistema biopsicossocial aberto e
dinâmico, que considera os aspectos individuais, interpessoais e grupais como
parte essencial deste sistema.
Essa teoria foi criada por um
psiquiatra canadense chamado Eric Berne que nasceu em 1910, em Montreal, e
morreu em 1970 na Califórnia, EUA. Berne era judeu, filho de um médico e uma
escritora.
Mais? Se sua paixão te levar,
pesquise.
Resumindo, ela coloca as
relações na perspectiva de três “papeis”: o perseguidor, a vítima e o salvador.
Não é legal? Sei que você já está dando tratos-à-bola, dada à simplicidade da
coisa.
Então, por exemplo: a vítima,
somos nós (a sociedade e o povo); o perseguidor (é ele) e o salvador (é o
nosso). Ficou mais legal ainda?
Ah, sim, no tempo presente há
no centro da trama aqueles que se locupletam e que, de tão potente, é chamado
de centrão. E é aquele que toca a dança, com uma lira e outros pastores fiéis e
muito bem (secretamente) agraciados.
Brinquem com a técnica lendo
os posts dos amigos e, se conseguirem se enxergar, brinquem consigo mesmos e
percebam quanto estão energizados pela paixão, ainda que cega.
Pode ser, quem sabe, um outro
gozo.
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