quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

MORADAS

 





“As situações vão se tornando extremas e nós nem percebemos.”

Esta fala pertence à um dos entrevistados no CURTA/DOCUMENTÁRIO do brasileiro Pedro Kos, que vive há alguns anos radicado nos EUA, em cartaz na NETFLIX e candidato ao Oscar de 2022.

“Todo o mundo pensa que a população de sem-teto é viciada ou louca”, disse Kos, em entrevista. “Mas não poderia ser mais o oposto. A gente começou a ouvir histórias de gente de todas as origens, que por acaso teve uma emergência médica, ou sofreu uma violência. Basicamente vimos um espelho. Somos nós. Serviu para mostrar quem é essa sociedade. Não é culpa deles. É do sistema, que está marginalizando, empurrando as pessoas mais frágeis, mais vulneráveis, para fora.”

Já fiz referência em alguns textos à pesquisa que tive acesso há três ou quatro anos atrás. Universidades americanas e europeias, em consórcio, consultaram pessoas em 165 países sobre o que mais as aterroriza, do que têm medo.

Concluídos e tratados os dados dos respondentes, o relatório apontou como síntese, os três maiores temores mais frequentes na maioria dos países pesquisados:

. A potencialidade de uma guerra nuclear.

. A irreversibilidade da fome e

. A ausência de líderes capazes de enfrentar os problemas da atualidade.

Quando analisei a pesquisa confesso que não considerava tão crítica a primeira e mais aguda preocupação apontada. Hoje ela é mais do que evidente.

Quanto à terceira, basta olhar para a nossa situação.

Encontrei no filme do Pedro Kos, uma ilustração da gravidade do segundo item apontado na pesquisa. Observem: o campo de pesquisa não é a África nem a América do Sul, mas Los Angeles, Seatle e São Francisco.

 

Não quero que a minha mãe saiba disto.


Até breve.


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