O filme é de roteiro,
produção, direção e estrelado por atores americanos. O que é ótimo, porque
assim será visto por zilhões de pessoas a mais do que se fosse por europeus.
Leonardo de Caprio, no papel
de um cientista ancião, e Meryl Streep como uma Hillaryante “Clinton” enrugada,
sugerem que o quê o filme propõe não está longe de acontecer.
Não olhem para cima.
Analogias meteóricas podem ser
feitas e não serão descabidas com as eleições de 2022, a potencialidade de uma hecatombe
nuclear, a irreversibilidade da fome, ou a ausência de líderes capazes de
enfrentar os desafios que se apresentam aos terráqueos.
Há ainda o pior, muito pior do
que você imagina. Calor letal, fome, inundações, incêndios, piora da qualidade
do ar, desertificação, morte dos oceanos, colapso econômico.
Esta é a amostra do que já se
abateu sobre a terra. Caos climático, política e cultura, uma devastação que
provocamos a nós mesmos e que, não creio, nos colocará em ação redentora.
No filme, talvez o primeiro
dos americanos, não há herói capaz. O que se apresenta está, além de senil, como
personagem dos anos 70/80 dando tiros no inevitável com um revólver recarregável.
Não há recarga.
O meteoro da negação de fatos científicos demonstrados contundentemente e da imbecilidade patológica na Cultura e a explícita perversidade na Política já nos atingiu em extensão e profundidade irreversíveis.
A questão está entre nós há
décadas e apesar de óbvia não mais nos escandaliza.
Estou na casa de minha filha Pretinha
em Floripa. Assisti ao filme ontem à noite e estou escrevendo este post agora,
na manhã de domingo, no escritório. Sobre a mesa do Cláudio, seu esposo,
deparo-me com o primeiro livro de uma pilha: A terra inabitável – Uma história
do Futuro, de David Wallace-Wells, best seller do New York Times.
Na capa uma citação de Andrew
Solomon: “A terra inabitável atinge o leitor como um meteoro.”
Diferente de Caetano (leia o
post anterior), eu não acredito.
Até breve. Será?