sexta-feira, 29 de outubro de 2021

VIASNEWS

 





“Cresceu quatro pontos porcentuais a fatia dos eleitores que, segundo a mais recente pesquisa Quaest, não querem nem Lula, nem Bolsonaro: de 25% para 29% em um mês”.

 

Outra notícia em gestação: não há (somente) terceira via, mas pelo menos onze vias. Claro, umas mais do que outras em termos de chance. 

De qualquer forma, 2022 vai ser inesquecível se todos subirem ao palco para os debates. 

Basta imaginar Lula, Bolsonaro, Moro, Ciro e Alessandro Vieira. Vai virar Rádio Polícia, comandada por Datena. Os moderados Pacheco, Mandetta e Tebit coadjuvados pelo que sobrar do PSDB ficarão para compor a festa. 

Falta um? Eu. Em casa, somos sete, já consegui dois votos. Não deixa de ser uma via.

Ainda que torta.

De maçã, salpicada com coco ralado.



quarta-feira, 27 de outubro de 2021

APELIDOS

 

Às vezes acho que é por um não sei por que, talvez por um interesse não sabido, quem sabe? O fato é que acompanho. Quase tudo, na origem, mesmo sabendo que, na própria origem, há trama.

Falo da governança pública, mais conhecida como Política. Esta, das instituições democráticas. Minhas décadas perdidas em acompanhamentos e reflexões várias, foram o que possibilitaram agora e adiante, suponho, uma certa compreensão do que mais ou menos deva ser.

A realidade.

Dia desses, em conferência, ouvi um sujeito dizer, prefiro não declinar o nome para não restringir o seu raciocínio incauto leitor, de que pós ditadura o país foi “governado” somente por inclinações social-democratas e que, agora, era necessário dar um choque liberal.

Minha aversão ao apelido das coisas, dificulta muito o meu entendimento do que exatamente elas querem significar, então acabo fazendo eu próprio minhas sapiências. Quase sempre viajo nas maioneses.

No caso, fui dar (bem entendido) na Escandinávia que visitei há alguns anos. Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia (terra do Papai Noel). Na rota fui dar na Rússia, mas aqui não interessa, senão embrulha.

O apelido que dão ao que se passa em terras escandinavas é a tal de social-democracia. E o sobrevoo rasante que fiz por lá me deu foi vontade danada de ficar em definitivo.

Pesquisem e verão quanto é boa a tal da social-democracia de lá nas escandinavas. Só não fiquei por dois motivos fortíssimos: euros e o oposto de verão. Euros, por razões óbvias e o oposto de verão porque não suporto invernos, mesmo que maravilhosamente boreais.

Se o céu for com temperatura abaixo de 15ºC, quando for para lá, fico no Purgatório.

Antes de ir para um ou outro já que não escolho a hora (mesmo com minhas inclinações suicidas ocasionais), melhor voltar ao assunto do post. Qual mesmo? Ah, sim, os debates (ou serão embates?) políticos do ano que vem.

No macro, efeitos pandêmicos ainda sensíveis na economia global com o petróleo em espiral de alta, apenas para dar protagonismo à variável mais combustiva. Ela é suficiente para entender os decorrentes.

No Brasil, estagflação, previsão de crescimento para 22 igual à menos de um por cento, só para ficar nos indicadores mais contundentes.

Eu acho que sim está na hora de propor mudar tudo para continuar do mesmo jeito mudando o apelido do discurso para liberal, tipo, liberar geral, ou seja: foda-se o país.

O importante é o furo no teto.

Outro apelido.

 

Até breve.


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

METAVERSO

 







Não bastasse a metalinguagem, para além da linguagem, agora viveremos para além do Universo, que já não é único.

Metaverso significa “além do universo” e designa um espaço coletivo e compartilhado no ambiente virtual, onde experiências físicas serão recriadas por meio da internet, da realidade aumentada, da realidade virtual, da inteligência artificial e de outras tecnologias exponenciais.

Conceito fascinante, é um futuro possível para a internet  móvel 6G. Refere-se à  capacidade de equipamentos e banda processarem e trafegarem informação o suficiente para permitir ambientes 3D em que conviveremos uns com os outros mesmo que remotamente.

Realidades virtual e aumentada se juntarão para que tenhamos a sensação de compartilhar, com outras pessoas, o mesmo espaço ainda que estejamos em continentes distintos. Poderemos assistir a shows e fazer reuniões. De repente, até namorar.

Eu prefiro árvores reais (flamboyants...), em suas estações fluídas, e corpos perfumados e ardentes.



Tirei foto deste poema, anteontem, quando voltava pra casa.
Fosse poeta eu o escreveria.
Para que florescesse.


Até breve.



sábado, 9 de outubro de 2021

REMÉDIOS II

 




 

Além da infinita ignorância e do humor, citados em post anterior, a Vida contemplou-me com outros privilégios.

Espiritualidade em lugar de religiosidade. Aqui, como em quase tudo, não me tornei (até este momento) um homem partido. Tivesse nascido em outro país, levado por força de circunstâncias, eu poderia restringir-me ao contrário do catolicismo (aqui predominante?), ao judaísmo, ao budismo, ao islamismo, ao hinduísmo, a outros ísmos, sabe-se lá quantos e quão dogmáticos.

Preferi crer, se é que creio, na transcendência, face à minha óbvia insignificância. Restringir-me a crenças de quintais de significantes é supor dar conta, como os loucos. Que acreditam.

A minha infinita ignorância e senso de humor, somada à espiritualidade, aqueceram meu coração e cérebro quando, em minhas andanças mundo a fora, deparei-me com a inscrição na porta de entrada da Capela dos Ossos, em Évora-Portugal: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos.".

É bom demais saber que eu não estou com esta bola toda. Um dia esta bisnaga de carne transformar-se-á em carniça. E todos os meus quintais perderão significados temporais.

Minha paixão é o futebol e não bandeiras. Na infância e juventude fui Cruzeiro, em deferência a meu pai, outra paixão. Depois que ele se foi, fiquei com o futebol. Todo ele, de uma pelada da várzea a Champions League, Real, Barça, Liverpool, eu quero é ver Cristiano, Messi, esses sujeitos transcendentes. Independentemente das cores de suas vestes.

As décadas de Vida que se acumularam em torno de mim, colocaram-me ainda mais à margem. Não fosse meu senso de humor eu não suportaria minha infinita ignorância e embarcaria num desses caixotinhos dogmantes.

Seria Lacaniano, ou quem sabe, Freudiano. Ou Petista. Bolsonarista? Comunista. Existencialista. Epicurista. Capitalista. Frentista. Dentista. Xintoísta. Ametista. Contista. Romancista. Poetista. Artista. Crista. Escrachadista.

Rir desta porra toda é do caralho, falô?

Não sou, por isto. Portanto, vago pela terceira margem do rio. Mesmo que seja pecado.

Para quem entendeu, sobre transcendência, os ossos bastam.

No próximo post falarei de outro privilégio: o gôsto, assim mesmo, com chapeuzinho.


Até breve!


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

PAZ

 



"Na batalha dos fatos, isso mostra que o comitê do Prêmio Nobel da Paz percebe que um mundo sem fatos é um mundo sem verdade e confiança. Se você não tem nenhuma dessas coisas, certamente não pode vencer o coronavírus, a mudança climática.”

“Desde 2016 eu digo que estamos lutando pelos fatos. Quando vivemos em um mundo onde os fatos são discutíveis, onde o maior distribuidor de notícias do mundo prioriza a disseminação de mentiras misturadas com raiva e ódio, e os espalha mais rápido e mais longe do que os fatos, então o jornalismo se torna ativismo.”

"Como fazemos o que fazemos? Como os jornalistas podem continuar a missão do jornalismo? Por que é tão difícil continuar contando à comunidade, ao mundo, quais são os fatos?"

"O mundo deve se unir como fez após a 2ª Guerra para resolver esse problema. O que eles fizeram? Eles criaram as Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este é o tipo de momento que requer isso, e não sei como nós, nas Filipinas, teremos integridade nas eleições se não forem colocadas grades de proteção em torno das plataformas de mídia social."

"Nada é possível sem fatos. Mesmo que os fatos sejam realmente enfadonhos, tudo começa com uma realidade compartilhada que é definida pelos fatos. O que vimos é que, à medida que os jornalistas perdiam seus poderes para as plataformas de tecnologia, tudo isso foi embora quando a tecnologia assumiu a função de guardiã das informações. Essa é uma crise existencial não apenas para jornalistas ou a democracia filipina, mas globalmente.”

"O que aconteceu em nosso ecossistema de informação, esse vírus da mentira que foi introduzido por algoritmos de plataformas de mídia social, infecta pessoas reais e as muda, é como a explosão de uma bomba atômica.”

Maria Ressa, filipina, Prêmio Nobel da Paz de 2021, é a 18ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz em 126 anos. Em conjunto com o também jornalista Dmitri Muratov, pela contribuição essencial de ambos para a liberdade de expressão e o jornalismo em seus países.


Até breve.

FONTE: O Estado de São Paulo, de hoje, 08 de outubro de 2021.

FOTO: Rappler/Handout via REUTERS