“Aquele foi o melhor dos
tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da
insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da
Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero…”.
(Charles Dickens, no Conto de Duas Cidades).
Três mega explosões abriram o
Terceiro Milênio: a demográfica, a tecnológica e a financeira. Bilhões de anos
para que a Humanidade chegasse em 1810 a 1 bilhão de pessoas vivas sobre o
planeta, em 1910 (um século depois) chegamos a 2 bilhões e em 2010 a 7 bilhões.
93% dos produtores de
conhecimento desde o início da história humana estão vivos agora (portanto, 7%
estão mortos) produzindo conhecimento inter e multidisciplinar, entre eles a
Inteligência Artificial. A riqueza gravitou da economia para as finanças e do
Estado para o Privado. Capitais financeiros de pessoas físicas sem lastro na
economia real gravitam 24 horas por dia em infovias, produzindo capital sobre
capital sem nenhum emprego de meios de produção, entre eles capital humano.
Tecnologias produziram
revoluções disruptivas muito mais amplas do que aquelas trazidas por movimentos
sociais. O atual desenvolvimento tecnológico, especialmente no campo da
telemática, somado à disputa da riqueza com interesses públicos e/ou privados
apontam para uma encruzilhada histórica.
O conjunto destas mega explosões
determina a necessidade de pensarmos a partir de outras referências conceituais
para que possamos empreender ações objetivas. As réguas do passado recente não
servem para medir as complexidades do futuro imediato.
Vivemos o advento da "sociedade
incivil" aquela em que o Estado se mostra incapaz de liderar e financiar a
superação dos desafios que se apresentam.
Nunca, como agora, o Estado do
Bem-Estar-Social apresentou-se tão utópico.
Até breve.
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