Há algo de amargo a relatar.
No sábado, em dia inútil, portanto,
uma ilustre desconhecida juíza substituta federal da comarca da capital do
país, houve por bem, “concluir” alguns processos contra o ex-inquilino que
passou pelo Palácio Alvorada durante o período de 2003 a 2010.
Analisados os autos a juíza
entendeu que parte das imputações feitas ao ex-presidente já estavam prescritas
e não poderiam mais ser utilizadas para eventualmente processá-lo. Caso das
acusações de que ele praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro por ter recebido 700.000 reais em propinas da Odebrecht e 170.000
reais da OAS. Por ter mais de 70 anos de idade, os prazos de prescrição são
reduzidos à metade.
Assim, para todos os efeitos
práticos, no período apontado não ocorreram crimes alarmantes de corrupção que
poderiam responsabilizar direta ou indiretamente o mandatário do país à época.
Revogam-se também as brigas com ameaça de morte havidas entre pai e filho
controladores de uma das empreiteiras arroladas no processo.
Arquive-se.
Projete-se o cenário. Daqui
alguns anos, depois de vários custos aos contribuintes incorridos, uma juíza
substituta federal da comarca de Pindamonhabeiras, concluirá o processo de
acusação de responsabilidade direta ou indireta do mandatário do país no
período de 2019 a 2022 por parte das mortes ocorridas por COVID 19.
Como o processo estava eivado
de lapsos técnicos não será possível consubstanciar provas de que tenha
ocorrido pandemia no país no período em que o acusado ocupou o palácio do
desgoverno.
Convidados a se manifestarem o
Presidente da República, Eduardo Cunha e seu vice Sérgio Cabral afirmaram: “Mais
uma prova inequívoca da higidez das instituições democráticas.”.
Arquive-se.
Em 27 de fevereiro de 2022 eu,
por minha fez, cometerei um crime hediondo e como estarei neste dia completando
70 anos de idade, receberei o benefício da inimputabilidade.
Queimarei o meu título de
eleitor nos jardins de minha morada. Tornar-me-ei expatriado, refugiado em meu
próprio país.
E vou cuidar de jabuticabas e
netos.
Até breve.
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