- Iiiiihhh, pai! De novo
polemizando na política? Arf!
Vocês podem não acreditar, mas
eu gosto um pouco de Pretinha, minha filha. E gosto muito, adoro na verdade por
tudo que ela é e, com Claudinho, ter me privilegiado com Liz e Valentin. Estas
dádivas.
De vez em quando ela me lembra
minha mãe que me punha de cara para a parede depois que eu tinha cometido
alguma arte.
Já não é segredo pra ninguém
que eu tenho uma vida dupla. Estou conselheiro em algumas empresas, atuo como
consultor em estratégia, mas tenho uma vida marginal na subliteratura.
A trajetória profissional
começou quando eu tomei juízo na vida e entendi que não poderia viver de brisa.
Só que não se passa a vida inteira isento do vendaval que é a comichão do
desejo de literar, mesmo que na marginalia.
Deu nisso que tenho sido. Um
misto de razão, de objetividade contrastando em um poço profundo e desconhecido
de emoção exacerbada. Vísceras catalãs, signo de peixes, sei lá.
Estar aqui, desnudo, impõe
riscos de imagem, claro. Meus clientes empresariais, alguns fazem de conta que
não sabem; e meus amigos, poucos, que militam de cara para parede, me olham com
desdém.
Ossos de ser. Eu não deveria
me preocupar com isto, profissional que sou.
A objetividade empresarial
cobra de mim análises amplas de cenários políticos, econômicos, sociais. Aqui
não cabem delírios, exceto se fundamentados em ações projetivas que viabilizem
resultados concretos. Sempre tive que ir ao mais fundo que posso nestas
análises e compromissos.
Abordo a questão política de
forma pragmática, quando olho nesta perspectiva. Estamos diante do futuro
imediato e temos que escolher qual executivo colocar para liderar os desafios
que se apresentam.
Neste momento, que pode mudar
e muito, dois concorrem com maiores chances. Entendo, usando a razão, que
estamos favorecidos para a escolha. Ambos já foram testados na posição.
Um, que esteve durante oito
anos e se isenta, no mínimo, de tudo que acontecia debaixo de seu nariz e,
outro, que balança diariamente e deverá chegar, se chegar, ao final do mandato tendo
deixado o país muito pior do que encontrou. Especialmente no que tange à indispensável
harmonia que um grupo precisa ter para enfrentar desafios.
Como conselheiro da Brasil S/A
não tenho dúvidas em recomendar aos meus clientes que não coloquem nem um e nem
outro para comandar a organização no futuro próximo.
Como subliterata recorro aos
meus filhos e netos. Inúmeras vezes fui surpreendido pelos meus filhos quando
eu dizia alguma coisa, de qualquer natureza, e eles se viravam pra mãe e
perguntavam:
- É, mãe?
Já fui surpreendido algumas
vezes por Liz, Tin, Totô e Lelê diante da mesma situação e fico torto
quanto ouço:
- É, vó?
Não me levem á sério como
literata, eu invento. Ontem, disse que iria incendiar o meu título de eleitor.
É claro que não vou botar fogo no meu Iphone.
É só final de texto de
subliteratura. Tem que ser apoteótico.
Até breve!