Perdoem-me. Hoje não publico historinhas e nem alvoreceres deslumbrantes em minha morada. Se posso sugerir, pulem esta página.
“Melhor morrer de vodca do que
de tédio”. A frase esteve publicada como uma das ‘citações favoritas’ na página
do FB do estudante Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, que morreu, há cinco
anos, depois de consumir de 25 a 30 doses de vodca durante uma festa da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (Unesp).
A frase em questão foi cunhada
pelo poeta russo Vladimir Maiakovski. Está na página de Humberto logo acima de
outra, "A ciência sem religião é coxa, a religião sem ciência é cega",
do alemão Albert Einstein.
...
O mundo não está para
calouros. Os veteranos não suportam a ideia de que algo de novo sobrevenha. Em
todas as dimensões da Vida ela se mostra coxa e cega. O tédio, não é o tédio
derivado do ócio ou da desesperança, ele deriva da absoluta impossibilidade de
furar a barreira imposta pela avalanche disforme da modernidade.
Estamos sendo dragados por
“monstros” imperceptíveis que ocupam sorrateira e cruelmente nosso cotidiano,
vitimando valores, crenças, conceitos, nossas criações artísticas, nossa
cultura. Nossa Vida.
Nossa realidade não tem nada
de rala. Ela é cada vez mais densa, brutal e banal. Não há nela nada que
signifique e aí reside a sua densidade. Nada é e tudo é, portanto tudo é nada.
Encontrar-se sempre foi a
ventura humana. E hoje, aventura de blade runners, ensandecidos a procura de um
autor. Nos falta autoridade para que possamos encontrar nossa alteridade.
Até Deus perdeu sua Forma.
A Verdade Imoral, dita ontem por dois
deslustres representantes da escolha coletiva, em território em que
se debate o que nos mata às centenas de milhares, não constará dos anais.
Faz de conta que não
aconteceu.
Entre o coma etílico e o tédio,
opto por ilusões nada tóxicas.
Morrerei de Amor.
Até breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário