Nossas vastas ilusões somadas
às nossas parcas informações nos levam às nossas convicções.
Simples assim.
Nunca dantes estivemos tão expostos
a tantos estímulos fantasmáticos. A imaginação governa o mercado e, por
extensão, as nossas vidas convidando permanente e deliberadamente ao novo, à
inovação.
O delírio está na ordem do dia
como elemento catalisador de estímulos.
O personagem de Anthony Hopkins
no filme INSTINTO, está encarcerado e é visitado em sua cela pelo psicólogo do
Estado. Insano ele surpreende o terapeuta, dá-lhe uma gravata imobilizando-o e
pergunta:
- O que não podemos jamais
perder?
O psicólogo, sem ar, murmura
algo e o presidiário responde contundente:
- A ilusão.
Uma pessoa sem ilusão é uma
pessoa sem sentido: sem direção, sem significado e sem sentimentos.
Por outro lado, somadas aos
nossos vastos delírios fantasmáticos, nunca dantes estivemos com acesso,
portabilidade e instantaneidade de informações como no tempo presente, com
várias perspectivas de amplificar ainda mais cincogêmente falando.
Temos à disposição, com apenas
um clic, acesso imediato à todas as obras digitalizadas de perto de setecentas
das melhores bibliotecas do mundo. Basta preencher na lacuna da maquininha:
PROCURA ou BUSCA.
Todo aquele que diz que sabe é
porque está mal informado.
Vastas ilusões. Zilhões de
informações.
Ocorre que ilusões e
informações constituem, portanto, nossas convicções e nossas convicções são o
aparelho com o qual manejamos nossas relações.
Este o Inferno. O Outro. O
Demo.
Ouvi, de viva voz e presencialmente, do pensador
francês Alan Badiou: “A Vida apresenta-se travestida de complexidade, mas
continua simples”.
Nunca mais fui o mesmo.
Até breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário