Há
pelo menos duas décadas e meia estamos construindo uma catástrofe que agora,
apenas os insanos não querem aceitar, se vê agravada pela hecatombe pandêmica.
Depois
de viver tempos alucinantes com inflação mensal na estratosfera (em fev/89 de
84,32%) o Brasil entrou na Real em 1994 e, parecia, havia encontrado um rumo. Só
que não.
A
política que forjou a solução econômica foi a mesma que desandou e expandiu a barbárie
ética, secularmente adotada. A compra de fotos do então Presidente da República
para que fosse ampliado o seu mandato. Coisa pequena, se comparada ao
megacasino em que se transformaram as práticas palacianas que se sucedem desde
então.
Havia
uma esperança no ar no início dos anos 2000.
Meirelles
com sua engenharia financeira expansionista forjou uma ilusão nunca vista neste
país. A festa do emprego e renda com sua bolha perversa de consumo nas alturas
através de expansão de crédito. O Brasil com emprego e com capacidade de compra
de um tudo, de casa a agulha de tricô em prestações a perder de vista. Um país
de maravilhas. Só que não.
A
festa vinha financiada por trilhões de reais de evasão fiscal através de inúmeras
negociatas de redução de impostos, especialmente para empresas internacionais;
perdão de dívidas através de refis gigantescos, somados aos saques do vírus cancerígeno
em metástase de uma corrupção endêmica. E dá-lhe pedaladas e garfadas homéricas.
O
“sapo barbudo” elegeu um poste, a pobre senhora, mais firme que prego no angu,
foi defenestrada por cunhas de gangsteres muito mais forazes do que os avermelhados
associados das “big five” empreiteiras com seus departamentos de operações
estruturadas.
Em
junho de 2013, num átimo de lucidez o povo (?) foi para as ruas para acabar com
a orgia palaciana e pediu a cabeça da bandalha e à jato.
Surgiu
o FORA FULANO que, dali para cá, virou slogan de cegos desesperados.
O
primeiro a ouvir o brado do povo, foi o inquilino de plantão do Palácio da
Alvorada. Talvez o que menos tenha agravado o circo de horrores, ainda que sua
passagem tenha sido também marcada pela sangria dos cofres via evasão fiscal e
uma reforma trabalhista tão ou mais esquizoide que a anacrônica legislação
original.
O
desastre maior deu-se em 2018, quando o povo foi pressionado democraticamente a
votar em quem não queria. Uns votaram em um para que o outro não vencesse as
eleições. Uns votaram no outro para que o um não vencesse as eleições.
Ficamos
entre o pior e o pior, portanto com o pior. Só que não.
Por
mais que pudéssemos imaginar, nossos piores prognósticos desaguaram em algo
mais do que pior. Um horror.
Hoje
estamos diante de algo dantesco: na saúde (1910 mortes em 24 horas); na
economia (PIB de 2020 negativo de 4,1% fazendo o país deixar o ranking das 10
maiores economias do mundo) e, naturalmente, na política com indefinições atléticas
entre quem manda no país, nos estados, nos municípios, nos bairros, nas casas,
na cama.
Detesto
chover neste ensopado. Eu deveria é limitar-me a postar minhas cenas familiares
e recolher-me à minha posição de cima do muro. E, por favor, não é “de acima” e
nem “de encima”.
Até breve.
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