Final de ano, tempo para
balanços. E eu me permito balançar para além do tempo que finda. Este ano
atípico, sui generis, pandêmico.
Formulo, próximo de alcançar
(pelo menos eu espero) sete décadas de vida, uma síntese.
Ao longo desde período, que observei
através de minhas mais do que desfocadas lentes, fomos governados por três
tipos de figuras históricas: os ditadores de meio-coturno, os gangsteres e os
transloucados.
É fácil, suponho, de encontrar
os sujeitos e as categorias aqui apontadas para classificá-los. Vamos ter pouca
polêmica entre nós, o que é uma pena. Pólen é o órgão das plantas que as fazem
germinarem.
Vamos lá, então.
Na categoria de ditadores de
meio-coturno, combatidos por revolucionários à moda de exércitos de Brancaleone
e sem Sierra Maestra, temos aqueles que se autonomearam como tal e, portanto, desnecessário
lembrá-los. Talvez Medici, o mais cruel, Figueiredo (o amante de cavalos e não
de povo), e Geisel, este sim que nos deixou uma das pérolas da época: “Vamos
conceder a liberdade vigiada”.
A dos gangsteres, aqui em que
pese nauseante, aponto apenas os mais torpes: Dom Sarney de Los Marimbondos de
Fuego, Dom Marcos Maciel El Varapau, Dom Paulo Maluf de El Comtex, Dom Antônio
Carlos Magalhães El Imperador del los côcos, Dom Michel Temer El Verdugo e, El
Major traidor del a Esperanza, Dom Lula.
Na categoria de transloucados,
que fizeram enriquecer nossos melhores e sagazes humoristas: Jânio, Itamar,
Collor e Dona Dilma. Difícil apontar aquele mais caricaturesco ou mais trágico,
senão fosse cômico.
Este que está aí? Deixo com
vocês a tarefa de classificá-lo.
Desde que ele subiu a rampa do
Palácio da Desarvorada eu perdi o interesse de me ocupar com este assunto.
Até chegar aos setenta, devo
catalogar trezentos ou quatrocentos mil acessos no blog. Não é muito, aliás é
muito pouco, para quem (transloucado) imaginava vestir-se de libélula na
entrega de prêmio na Suécia.
Os próximos anos? Estou a
criar galinhas, no máximo entre 15 e 16 e um galo.
Vera sempre me questiona como
que um homem que vai fazer sessenta e nove anos em fevereiro do ano que vem, se
é que ele vem aí, não sabe cuidar de um galinheiro.
Pois é.
Até breve.
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