Amar intensa, deliberada,
revolucionária e ideologicamente.
Amar a si acima de todas as
Coisas, para dar o melhor de si a cada um como se este fosse único, mesmo que
por tanto e de tanto amar não se com prenda.
Amar alguém de todas as
maneiras e fazê-la ponte para cruzar toda uma vida. Amá-la da adolescência à
decrepitude, gastando de si toda a energia e potência.
Amar os frutos deste Ato,
todos eles e a cada um.
Amar ainda o inominável apesar
de todas as circunstâncias contrárias e guardar para todo o sempre.
Amar o trabalho, amar a milhares
de pessoas que por ele passaram e levaram todo o melhor do que dele resultou.
Amar cada milímetro de sua
morada, cada barro, tinta, grama. Cada flor. Amar cada parte daquilo que se
edificou como um gesto de humanidade e nunca de fasto.
Amar a terra sobre qual edificou
esta morada, ainda que de suas entranhas saiba tão pouco, amando o
extraordinário mistério do que lhe germina.
Amar o pomar atras da morada, sua
macieira, pereira, laranjeira, limeira, limoeira e, especialmente, amar o que
se produziu de uma sementinha trazida de Elche na Catalunha à beira do
Mediterrâneo, dos fundos da casa do avô paterno e torná-la exuberante árvore
que desabrocha seus primeiros frutos. AMEIxa.
Amar seus antepassados e fazer
fluir o prolongamento no sangue da essência de uma história humana particular e
universal.
Amar a escrita, através da
qual busca inscrever-se.
Amar a letra, a música, a
melodia, a harmonia, o som.
Amar o silêncio.
Amar a solidão profícua, a
existência, o tempo.
Amar a poesia, o simbólico,
tornando-a veículo em que se embarca a Vida.
Amar sobretudo e sobre tudo o
direito e a liberdade de só amar.
Até breve.
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