Permito-me pensar diferente
daqueles que entendem que 2020 deva ser riscado da contagem do tempo. Era
melhor que ele não tivesse acontecido.
Antes pelo contrário.
2020 deve ser considerado como
um marco na medida que nos universaliza a todos enquanto seres humanos, únicos
que temos consciência de nossa finitude.
Devíamos ter presente o óbvio:
viver como se estivéssemos mortos.
Isto mesmo, assim.
A hipótese, crença inabalável
ou real possibilidade que há “outra vida” para o além desta, ainda que permaneça,
deve levar em conta de que esta vida agora tem fim. E ele ficou mais iminente na
medida que amplificou o risco de todos em perdê-la.
E de todos, MESMO!
Assim, tornou-se urgente o
viver e como quer a Rita, para poder gozar no final. Tempos atrás fomos
impelidos a usar camisinha, agora máscara. Camisinhas são preservativos para
aqueles restritos à um grupo de risco.
Máscara está para todos.
Perguntadas algumas pessoas em
situação de risco iminente de perda da vida, sobreviventes de acidentes aéreos,
doentes terminais, e outras, é quase unânime a resposta: se eu conseguir sair
desta, mudo a minha vida.
Pois está posta esta questão.
Aproveitaremos 2020 se tirarmos
dele o entendimento de que devíamos viver como se estivéssemos mortos.
Mesmo que advenham vacinas que
abreviem o inevitável.
Até breve.
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