Estou eufórico.
Deixo pra outro texto minha
faceta deprê. Se bem que, como nunca sei onde vou parar quando escrevo, alguma chance
de melar um estado de humor está sempre presente. Meu alto e autodiagnóstico me
coloca oscilando nos extremos, com regularidade.
O motivo da alegria (próxima à
euforia) é que hoje atinjo no blog a marca dos 210 mil acessos. Não é pouca
coisa, mesmo considerando que 91,43% deles são de procura no Google pelas
palavras que intitulam os posts. Aceito manifestações contrárias, especialmente
aquelas a meu favor.
Não foi sem razão que resolvi
que todos os posts receberiam, como título, uma única palavra. A outra
motivação é a de que, como quer uma das máximas da melhor filosofia de botequim
(butiquim, para os leigos): “Para o bom entendedor, meia palavra basta”.
Como vivemos em tempos de
obscurantismo fui logo dando a palavra inteira, na expectativa insana de que
afinal, com o dobro de letras, eu pudesse fazer alguém entender alguma coisa.
Depois destes anos todos,
duplo, nunca sei exatamente quanto resulta minha escrita. A quase totalidade de
pessoas que me acessam são seres nublentos (não procurem nos dicionários), mas quis
dizer das pessoas que vivem em minhas nuvens.
Gente que eu não sei a
estatura, a cor exata dos olhos, o perfume atrás da orelha, e, para falar a verdade,
nem se são pessoas de carne, osso e outros ingredientes que os tornem
assemelhados a mim.
O que é mais interessante nestes
seres é que alguns comentam meus textos, e com tal proximidade que fico achando
que eu também vivo nas nuvens, e não aqui nesta minha bisnaga de carne que me
torna sujeito vivente portador de identidade, cadastro de contribuinte e
eleitor.
Alguns, eu tenho a nítida
sensação, nutrem um afeto expressivo para comigo a ponto de manifestarem-se
preocupados, quando eu me mostro down, ou estimulados, quando eu me desaguo no
outro polo.
Teve uma vez, antológica, que
eu me suicidei num texto e alguns pediram fervorosamente que eu não fosse ao
ato, já tendo o feito. Outros que comentam recomendando atitudes,
comportamentos, reações para que eu dê um encaminhamento à minha vida.
Curto tanto que, já de há
muito, não curto mais. Amo. No face, todo comentário que recebo respondo com um
coração vermelho: AMEI. Aliás, no face, meu recorde de acessos em um único post
foi, acho, mais de 300. Tinha uma foto do pé de lichia aqui de casa carregadézimo,
às vésperas de um natal. As pessoas babaram na página.
Assim, como nesta fase, a foto
de Totô e Lelê, está perto de atingir 200, mesmo já não estando tão doce.
Para manter-me coerente com
meu diagnóstico, aproveito para recomendar dois filmes: o alemão candidato ao
Oscar de 2020, TRANSTORNO EXPLOSIVO e o chinês de Hong Kong, MAD WORLD.
Ambos tratam de desamparo. No
primeiro, a personagem é uma criança e no segundo um adulto, bipolar.
Assistam e curtam. Ou melhor,
amem.
Amém.
Até breve.
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