Gostei muito de Vidas Duplas,
disponível no Telecine On Line e no Looke.
Não necessariamente por
abordar a questão dos relacionamentos.
O filme coloca algo de
relevância na atualidade: a desmaterialização da escrita, isto é, o quase desaparecimento
em futuro breve do livro, objeto físico.
O histerismo da escrita em
zilhões de plataformas virtuais, por força da acessibilidade, portabilidade e
instantaneidade, trouxe à cena contemporânea bilhões de pessoas que
diuturnamente se colocam. Por escrito.
A obra literária está em
questão. E eu gosto deste debate. Até para saber de seus novos contornos.
Mensagens no WhatsApp, coletânea de e-mails, posts nas redes, blogs, e um sem
número de meios tecem hoje uma nova forma de produzir. Arte através do espelhamento
das palavras. Decalques.
Desnuda e desvela e coloca nos
tribunais o privado e o direito de utilização de estórias para serem relatadas.
Vamos ter que pensar muito a
partir de uma das cenas do filme em que um dos personagens, escritor, está
fazendo o lançamento de seu último livro e é inquerido pelos participantes.
VIDAS DUPLAS nos coloca diante
de nós, sujeitos dúbios, personagens de nós mesmos dependendo da cena em que
nos colocamos.
A pós-modernidade está nos
desmaterializando.
Até breve.
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