Taí, gostei.
Maria Cadu fez a seleção das
canções que foram parar em uma fita cassete gravada por personagem encorpada
por Luiza Mariani, esposa que pede ao marido que as ouça. O casal está se
separando.
Vinte anos depois a fita é
encontrada por personagem estrelada por Marina Ruy Barbosa, escritora que passa
a elucubrar sobre o que teria acontecido com o casal e as circunstâncias em que
se inscreve as canções.
Ainda que superficialmente, o
filme aponta as vertiginosas mudanças ocorridas nas duas últimas décadas.
Especialmente no que tange às relações afetivas e ao lugar do feminino.
E com realce a forma artística
de tratá-las em canções. Saudosista e bestamente romântico, assistindo o filme sofri
com a mudança na “qualidade” da narrativa poética das letras de então e agora.
Pô, bicho! Teria o amor
perdido sangue? Teria se convertido como tudo o mais em comodities? Trivial,
banal, superficial e nada de visceral, temperamental, carnal?
Duas cenas sugiro cuidado,
zelo, atenção. A da que a personagem de Luíza está diante da “acusação” do
marido de que ela “não foi capaz de cuidar de um cacto”. Ela responde que, por
ser exacerbada na entrega, teria encharcado por demais a pobre da planta.
A outra cena vivida pela
personagem de Marina, quando ela fala sobre a sua experiência que viveu aos
quatro anos com sua mãe e a frase “eu te amo”.
A frase não mudou.
Até breve.
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