Dos últimos meses, sobrevivo a quatro afastamentos.
Todos eles por minha e
exclusiva responsabilidade. Eu poderia, eu deveria e se fosse hoje, estou
certo, eu gostaria de tê-los evitado.
Não é uma questão de ligar o
celular ainda que eu tenha o número de todos os envolvidos e eles o meu.
Meus atos não foram
condizentes com o meu discurso, antes pelo contrário. Expuseram o pior de mim,
que conheço. O que os amplifica e agrava.
“Falar” aqui sobre isto ainda
sinaliza uma estranheza, própria de mim, mas é que todos sabemos que “este
lugar” acolhe nossas partes mais dúbias, inconfessáveis, verniziantes.
Tenho convivido comigo com
certa reserva, não que eu me cobre um perdão impróprio, descabido e sem efeitos
naqueles que marquei. A coisa é comigo e, por extensão, com todos que me leem.
O que fazer com a pior parte
de nós? Levá-la à um analista? Conscientemente?
Operar a culpa pela
reminiscência familiar, deixá-la lá nomeando-a, classificando-a, pacificando-a deliberadamente...
Saber-se de porquê.
A pandemia acendeu lanternas
com raios fulgurantes de sóis em ocaso.
Incendiaram a minha besta
interior, ainda que ali dentro more uma lâmpada cruelmente apagada,
desenérgica.
Todo um mistério.
Até breve.
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