De repente me ocorreu que viver é algo de provisório, sem fixação definida. Mas não, porque quem não sabe que houve um antes? Mesmo não sabendo que depois, não saiba o que haja. Também.
Mas
é que tem. Portanto, improvisório. Ou será em provisório?
Embolado,
erudito, hermético, filosófico, pirante? Nada sô, pandêmico, dezenovecovidicêntrico,
como se faltasse ar de respiração e o cérebro vadiasse ao léu.
Não
fumei nada e nem cheirei. Fosse, até provisionaria. Beber? Bibi, mas já exalou.
Num tem efeito definitivo.
Juro
que não é provisório, mas constante, esse imbróglio. Pouca gente sabe ou já
usou esta palavra. Procure no Google. Eu espero.
Pesquisou?
Seguinte:
pediram-me para escrever sobre a vivência, um dia qualquer, vivido ou
fantasiado ou alucinado, não importa neste intervalo de provisoriedade que
estamos covidados, ou melhor, confinados. Com finados que ultrapassaram, hoje,
a trinta e tantos mil que provisoriamente estiveram entre nós.
Tristeza
de doer. Até Marlene, docinho-de-coco, foi junto e de primeira da fila em BH.
A
televisão lança poemas do Grupo Galpão, dizendo que do ar não saem pulmões. Desculpe,
melhor: dos pulmões de corpos de bruços, vertem a ausência do ar.
Respiradores.
Faltou
um adaptador para a maldita tomada de três pinos. Cortei um dos pinos,
provisoriamente. Serviu. Fiz café normal, com três colheres de café. Nunca mais
comprarei o adaptador para a tomada de três pinos. Ficará eternamente
provisório. Ou não.
Fique
em casa.
Teve
também aquele post que circulou aqui sobre o botão de rosa no meu jardim furando o vazio
acima de si. Pudesse eu filmaria com câmera hipersofisticada cada segundo da
transitoriedade até tornar-se rosa. Gostei às pampas de ter começado a reclusão
a partir daquele dia.
Da
vida clandestina e provisória enquanto conselheiro de empresas (custo a
acreditar que acreditam) não se falo. Tenho sido demandado mais, aqui. Tensão
de mercados, cifras, meios e modos. Direção.
Ontem,
que pode ser qualquer outro ontem, escrevi. Provisoriamente é o que eu mais
curto fazer. Curtiram pouco, menos do pouco de sempre, um post ontem. Excluí,
num quero que ninguém sofra de mim por causa de puslítica. Sem causa.
Praquí
é só, embora eu tivesse tanto pradizer. Mas, provisoriamente, tá bom. Para não
ficar eterno e indestrutível, como a morte. As quatro últimas palavras roubei-as
de Manoel de Barros, pragora.
Eu
acho.
Até breve.
Desenovecência,sensacional vc. Passageiro, provisorio,inpandecìvel.
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