Publicarei hoje no Facebook:
Reluto, quase sempre, em estar
aqui no Facebook. Vivo querendo não
publicar-me mais. Sim, porque estou aqui fazendo o book de minha face.
Que face? A do artista que há
em mim. Quando menino fui seriamente repreendido pela minha mãe: “Se você fizer
arte, seu danado, vou te por de castigo de cara para a parede”.
Freud ainda tem razão. A gente
leva a mãe por toda uma vida. Parte de mim segue ainda de cara para parede, danada,
fazendo arte. E por esta via é que me tornarei sujeito de minha transcendência.
Cuidado aqui. Eu não estou
falando de José Lopes Agulhô Junior, nascido em Belo Horizonte, CPF 134252..., psicólogo
ou até mesmo do membro de Conselhos de Administração de empresas.
Eu estou falando de um artista,
danado, de cara para a parede. “Quem” está aqui dá sua face para bater, mas
enquanto artista. Sofro de um misto de preocupações quando leio alguns
comentários e/ou comentários que faço de comentários que recebo nos meus posts
ou em posts de “amigos”.
Certa vez, em outra estada aqui,
escrevi um post que eu iria suicidar. Alguns “amigos” vieram me dissuadir da
ideia, intervindo para que eu não fosse ao ato transloucado. Em outro texto
escrevi, este já publicado aqui, que nutro um ciúme doentio por um de meus
irmãos. Recebi comentários calorosos de “amigos” que me disseram que o ciúme
não é um afeto que convém possuir.
José Lopes Agulhô Junior pode
até querer suicidar um dia, algumas motivações até existem, pode até ter mesmo
ciúmes de um ou mais ou todos de seus irmãos, mas o que importa?
Chico, Caetano, Gil "são" comunistas, socialistas, aficionados ao PT. E eu com isso? Eles que se emptussem!
Jamais vou viver sem estes artistas, apesar de sujeitos do tempo presente,
assim como eu, reles mortais pagadores de boletos, contribuintes do impuesto de
la renta, crentes em defensores velhacos de saudáveis utopias e os cambau.
Entãoces, o que era mesmo que
eu estava dizendo? Ah, sim. Corro um risco tremendo, eu Agulhô, de ser considerado
“galinha” porque (aqui no FB) “dou em cima” de algumas frágeis e desprotegidas criaturas
portadoras do sexo feminino ou de “boiola”, para usar um termo moderno, porque
digo que amo quase desesperadamente criaturas portadoras de pendente entre as
pernas.
Gisus cristinho! Xô falá um trem
procês, escancarando de vez a minha face. De muié ieu tô é cheio. Tô com a
mesma de sempre há mais de cinquenta e um anos. E só ela, sempre. E num tem a
menor chance de eu ficá livre dela, morô?
Boiolar, num levo jeito. Pudia
sê até um trem, mas num cunsiguiria.
Por que deste post? A Arte
precisa ser salva até mesmo daqueles que a produzem. Muitas figuras humanas
foram execradas em que pese inestimável contribuição às artes.
A fragilidade dos que consomem
a Arte restringindo-a ao seu produtor é uma dor irreparável para o artista,
porque ele sabe que, muitas vezes nem é merecedor de a ter recebido como dom.
Eu não sou eu aqui. Não quero
ficar de castigo de cara para a parede.
Até breve