Desentubado
sigo.
A
primeira palavra deste post está, na minha página, sublinhada pelo computador.
Ela não existe nos conformes.
Nunca
a palavra disse tanto e tão pouco. Nunca ela foi tão usada como nos tempos
presentes. Seus alaridos misturam-se às tensões e dores, tanto os impressos quanto
os visuais e auditivos.
A
palavra domina. Os meios de veiculação são avassaladores e todos, com intenção
deliberada de persuadir, seduzir, conquistar, mobilizar, dominar. Mesmo que
tortas, fora dos conformes, gritam.
O
ambiente é palavrado.
Um
dia, qualquer, poderá advir um vírus que tire do Humano a palavra, se não for
este que nos ronda e que, além da palavra, nos aquieta, confina e silencia, nos
mata.
É
urgente calar. É premente ouvir e ouvir-se.
Re(colher)
aos intestinos, em colheradas.
Re(escrever)
outras palavras em outras letras.
Re(visar)
com outras íris, intensas.
Re(descobrir)
o já dito, nos clássicos.
Refletir.
O
que nos valeu chegar até aqui? O que de fato, falamos, com este falo? Que
discurso constituiu a figura humana? Que palavra ainda resta dita?
Cálice.
Cale-se.
Embebeder-se
do silêncio e sorver o vazio. Esperar. Não haverá nada, ou o Nada. Pre(enchido).
Só o homem sente. E fala.
Juro
que não era o que eu queria.
Perdoe-me.
Volte.
Você
é TUDO!
Eu
te amo.
...
...
Parece
que era isto.
Até
breve.
(*)
Aqui (voco): neste lugar eu falo. Equívoco: aqui me traio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário