Os
movimentos de rua em junho de 2013, em que pese os lamentáveis danos causados
por vândalos oportunistas, foi um marco determinante em diferentes avanços na
democracia brasileira.
Foi
por força da pujança daqueles movimentos que o país conseguiu, por vias legais,
varrer a maior corja que já havia se instalado no estado brasileiro até então.
Também
por vias legais destituiu da presidência a pobre senhora, joguete dos
gangsteres e traidores de inúmeros intelectuais e artistas que,
inadvertidamente acreditaram na proposta do partido fundado para uma revisão
democrática de largo espectro.
A
peça usada para incriminá-la foi tão expressiva que determinou, agora, o
cuidado (competente) do atual Ministro da Economia exigindo que o Congresso
votasse uma PEC para a instalação do Orçamento de Guerra. Guedes temia cometer
o mesmo equívoco da Presidenta e viesse a “pedalar”, dentro do orçamento
corrente, os custos do amparo à saúde e os investimentos para aplacar os
efeitos danosos na economia.
Registro
aqui um dos maiores avanços da democracia brasileira: a lei de responsabilidade
fiscal.
Em
2018 foi o ápice da virada de chave: basta de corrupção! O país estava vivendo
uma depuração de uma metástase cancerígena com os instrumentos cirúrgicos da
Lava Jato.
Não
havendo lideranças à altura que passasse ao povo a confiança necessária surgiu
o fenômeno populista construído nas redes sociais com elementos de alta
penetração nas classes menos esclarecidas: Alexandre Frota, Joyce, e coisas
semelhantes entraram no vácuo e se fizeram como intérpretes de milhões, não a
favor de algum projeto, mas contra aquilo que já vivia o seu estertor: o
partido dos trambiqueiros.
Milhões
não votaram naquele que venceu as eleições porque o conheciam, mas porque não
queriam aquilo que tinha levado o maior líder da facção criminosa à cadeia.
Empresários,
aliás, como sempre aconteceu no país, construíram a base técnica do governo
(sei disso por fontes fidedignas e à época) para que a reboque do resultado das
urnas o Brasil pudesse fazer uma virada. Não foi fácil emplacar o Guedes, o
Mandetta foi mais fácil. O candidato devia muito ao Caiado.
Enfim,
nem a construção da equipe pode-se creditar de todo ao presidente. Ele foi
responsável pela excrescência do Ministro da Educação (leia-se Olavo de
Carvalho), Dalmares e o inexpressivo Ministro do Turismo, que abarca a Cultura
(horror). Economia, Saúde, Infra, Agro, Minas e Energia o presidente não sabia
nem que, hoje ministros empossados, existiam.
Imagino
que não deve estar sendo fácil para a brilhante equipe, colocada de bandeja no
colo do presidente para ele “tocar” o país, conviver diariamente com os
solavancos que a inépcia e absoluta ignorância política do ex-capitão produzem.
Mandetta
faz malabarismos verbais nas entrevistas, Moro tenta no ostracismo tocar a vida
e Guedes (pelo que conheço dele) deve ficar putíssimo com os retrocessos que
ele teve que administrar até aqui para seguir no seu projeto.
53
anos de vivência em organizações de porte vi situações semelhantes a essa:
equipes extraordinárias sendo dilaceradas por lideranças absurdamente
incompetentes, quando não fundadas em princípios inconfessáveis.
Se
quero o afastamento do atual inquilino do Palácio Alvorada? Não, a sociedade
não pode passar por mais esta vergonha. Em cinco anos afastamos uma presidente,
colocamos centenas de corruptos na cadeia inclusive um ex-presidente,
governadores, ex-ministros, parlamentares, e elegemos (eu não, votei nulo,
disse NÃO àquelas duas aberrações em disputa) um “Napoleão de hospício” (Otavio
Guedes).
Toda
esta bandalha foi produto de nossas lamentáveis escolhas. Que ninguém se isente
disso.
Quero
estar otimista, há blindagens acontecendo para que o pateta, candidato a memes de nossos melhores humoristas para
amplificar nossa idiotia, atrapalhe menos o que precisa e seguramente será
feito.
No ar algo de maior paira e que, assim, o determinará.
Até
breve.
Eh! Agulhô, o negócio é continuar acreditando que Deus é brasileiro.
ResponderExcluirJulinho, Outro dia conversando com Ele fiquei impressionado como Ele nos considera. Me disse que, embora extenuado, ainda acredita que a gente se emende. Afinal o paraiso que ele nos legou não pode ser tão ultrajado. Bração, querido.
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