Há
décadas o Estado Brasileiro (todos os poderes constituídos) vem sendo governado
com base no trinômio: impotência (por força de diferentes circunstâncias);
incompetência (de diferentes naturezas) e corrupção (com diferentes graus de
ganância).
Some-se
a isto ou credite-se a isto o DNA que molda a sociedade brasileira. O Brasil,
provavelmente, é o único país que primeiro se fundou o Estado e depois a
Sociedade. O que vale dizer: toda a sociedade demanda ao Estado diferentes
benesses. Do miserável às elites proprietárias.
No
final da década de oitenta eu participei de um seminário com japoneses que
traziam ao Brasil os primeiros conceitos do que viralizou logo depois nas organizações: a Gestão pela Qualidade.
Lembro-me
bem que um dos colegas participante dirigiu a um dos membros da delegação
japonesa a questão se a derrota na Segunda Guerra teria determinado a extraordinária
reconstrução de seu país e que se, na opinião dele, o Brasil teria que passar
por uma situação semelhante para viver a mesma experiência.
- “Um processo inflacionário como vive o Brasil
já teria determinado uma revolução no Japão”, respondeu o inquirido com
gentileza nipônica.
Em
fevereiro de 1989, mês de 28 dias, o Brasil sobreviveu a uma inflação de 84,32%.
Levantei
hoje com a pergunta do colega participante daquele seminário, realizado há mais
de três décadas, e a formularia para os dias presentes: o Brasil vai esperar
outra pandemia para fazer o que precisa ser feito e afinal se tornar o país do
futuro que desde criança ouço dizerem?
Eu
temo que não, embora o deseje com toda a minha esperança que resta.
Basta
acompanhar o dia-a-dia dos administradores de plantão. Ouvi agora um membro do
Estado Brasileiro dizer que a reforma administrativa ficará para o ano que vem,
que a prioridade agora é a pandemia.
Pois
muito bem, há sete anos o Estado arrecada menos do que gasta e para 2020
estima-se, por baixo, um rombo de R$150bi. O Congresso Nacional vota a adição
ao rombo de algo próximo de mais R$500/600/700 sabe-se lá quanto para enfrentar
a guerra, ou melhor, o vírus.
E
tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Os
miseráveis recebem auxílio e as
elites proprietárias socorro de um
tesouro combalido. Na máquina, que emperra o país há décadas, impotente,
incompetente e ainda corrupta, nada acontece.
Quanto
custa à sociedade o Estado Brasileiro para ela viver de uma ilusão democrática?
Esse gigante mastodôntico, monstruoso, sufocante até quando se esconderá na
lamentável ignorância de seus cidadãos, mesmo os ditos mais esclarecidos?
É
hora de voltarmos a 2013 e, mesmo que de casa, gritarmos: BASTA!
Ops!
Desculpe-me leitor. Foi só mais um post da minha ma(l)udita verborragia.
Vou
me preparar para uma reunião com cliente: estamos discutindo como enfrentar a gripezinha
que vai passar em três meses e implicará em algo apenas de 5% a 6% de
empobrecimento do país.
Até
breve.
É a nossa triste realidade mestre Agulhô. Abraço 🤗
ResponderExcluirÉ apenas mais um dos inúmeros diagnósticos, querida. Nos falta ação terapêutica e ela não é mesmo de fácil articulação. Grande abraço.
ResponderExcluirVoltar a 2013, com ressalvas. Nada de domingos. Nada de passeatas sem quebrar. Tem de ser revolta. Partir tudo. Não mexer em dinheiro. Quebrar bancos.
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