Há,
em minha opinião, um equívoco essencial cometido pelos administradores públicos
no que tange aos “apelidos” formais com que batizam os recursos alocados pelo
Estado face à Pandemia.
Nomear
como Auxílio Emergencial e Socorro às Empresas, é uma perversão grave.
Os
recursos existentes no Tesouro Nacional e no Caixa (âmbito federal, estadual e
municipal) têm como mantenedores os contribuintes, os investidores e receitas
provenientes de vendas de ativos do Estado além de outras auferidas em
operações diversas.
Dinheiro
não dá em árvores.
Toda
a riqueza nacional advém de trabalhadores, sejam aqueles reconhecidos como
formais, informais, ou que sobrevivem à margem absoluta da economia, mas que
ainda assim realizam seus biscates (a Caixa Econômica Federal cadastrou agora
mais de trinta milhões de brasileiros nesta categoria) e, sim, os
empreendedores, todos eles não importando o porte.
Este
é um post simplório redigido por um curioso raivoso. Fosse economista de
Harvard ou de Chicago escreveria um tratado ou uma tese de doutorado.
Ressalvados o primor dos fundamentos econômico-financeiros e os rebuscamentos naturais dos
piolhos de academia, na essência este post, no entanto, dá conta de denunciar o
que interessa.
Os
recursos do Estado devem retornar à sociedade que os produziu e não se perder,
como há séculos, em jogatinas de gangsteres que o frágil processo democrático
encobre.
Em
tempos de emergência, como o que estamos vivendo, a sociedade tem suas reservas
para fazer face ao infortúnio, ou seja, a suspensão da geração de fortuna e o
suprimento de necessidades imperiosas e momentâneas.
Os
administradores de plantão são incitados a fazer mecanismos robustos de
controle e destino dos recursos a serem alocados para garantir a renda aos trabalhadores
e do capital para garantir a sobrevivência dos negócios.
Os
administradores de plantão precisam entender, e de uma vez por todas, que o
Estado não “pertence” a eles, mas à sociedade que os colocou lá para, com
lisura e responsabilidade, cuidarem do que é
dela.
Assim,
apaixonado que sou pelas palavras, pois elas explicitam ou encobrem intenções,
é preciso cuidar do que se faz importante neste momento: dar o verdadeiro e digno
nome aos recursos que irrigarão a economia para a superação da crise.
RESTITUIÇÃO
DE EMERGÊNCIA, sim, porque os recursos do Tesouro ou do Caixa pertencem aos
cidadãos.
INVESTIMENTOS
À ECONOMIA, sim, porque as empresas precisam manter os seus negócios para
continuar produzindo a riqueza do país.
Um
país livre e soberano não se faz com cidadãos que sobrevivem da perversa
benevolência de suas lideranças (?), mas da dignidade de seu trabalho.
Um
país pungente, grandioso e próspero não se faz de empresários às portas de burocratas,
mas da extraordinária competência e capacidade de correr riscos.
Que
os recursos da União, de Estados e Municípios sejam retornados àqueles que
verdadeiramente os produziram. Até porque, no futuro, serão eles que novamente
os recuperarão.
Dinheiro
não dá em árvores.
Até
breve.
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