É
porque os leitores não sabem o que se passa nos bastidores da redação desta página, mas (fatigado e fadigado) vou relatar parte.
Há
muito eu tenho pedido ao Diretor de Redação para que me retire da editoria que
cobre a cena política e me deixe apenas com histórias contadas pelo avô babão,
publique fotos de certa residência paradisíaca ou comente e indique evento
artístico/cultural, além de postar poeminhas produzidos de um repente.
A
cobertura do cotidiano do mundo político é extenuante e muitas vezes sem graça,
já que o protagonismo é de pessoas infelizes e que estendem essa infelicidade
aos pobres cidadãos.
Infelicidade,
não no sentido da ausência de atributos que o façam felizes, mas de palavras e
obras quase sempre desastradas, (des)graçadas.
Anteontem
publiquei post versando sobre a cena envolvendo o principal mandatário do país
solidarizando com parte da população que propõe, desculpem, não vou voltar
nisso. Saí do episódio aterrorizado.
Ontem
o assisti em entrevista na porta do palácio, oportunidade em que ele falou à
multidão de uns trinta infelizes:
- “Conversei
agora com o General fulano e tratamos da volta às aulas nos colégios militares.
Ele achou uma boa ideia, mas disse que vai estudar. Então, olha não
publiquem... Não há nada certo nisso”.
Não
há cronista que suporte: um dia a pregação de um golpe, noutro a explicitação
que o sujeito não governa nem seu território de origem.
Estou
com dó de meu personagem e quando isto ocorre empobreço meu texto. Acho que, em
que pese às circunstâncias vou pedir demissão desta página, ir morar na casa
paradisíaca e escrever um romance.
Só
que, ontem assisti na Netflix FILMANDO CASABLANCA, que dramatiza os bastidores
da filmagem daquele que é considerado como um dos maiores filmes da história
do cinema americano. Venceu o Oscar de 1944, filme e direção e recebeu
mais cinco indicações.
O enredo
dá conta da coxia do set e narra a intervenção do governo americano na
orientação da trama para que ela servisse aos interesses do Estado.
Fui
dormir com a mesma dúvida de sempre. Escrevo ou largo esta merda.
Até breve.
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