O
futuro não é mais como costumava ser.
Ousava-se
perscrutar dez anos, nesse momento é imponderável o que poderá advir nos
próximos dez dias ou, quem sabe até, dez horas.
Claro
que estou falando no plano macro. O mundo está em pré-convulsão e não é pelas
guerras em curso, mas por outros vetores dramáticos: covid-19 e petróleo.
Um
ato terrorista hoje seria considerado como mais um assassinato ali naquela
esquina. Não emplacaria como a primeira manchete.
A
geopolítica expõe o mundo à potencialidade de um evento histórico de proporções
e implicações imponderáveis.
Nossa
crise não precisava desta para já ser merecedora de cuidados especiais. Ontem, em
reunião com senadores e deputados sobre os efeitos na economia, o Ministro disse
que dependendo do porte virulento poderemos amargar crescimento negativo do PIB
entre 2,0 a 5,0%.
Acho
que foi Nelson Rodrigues quem disse que o mineiro só é solidário no câncer. É
passada a horas de nós de Minas estendermos este princípio para os demais
estados. A crise em gestação é muito mais expressiva do que aquela, de dez
minutos atrás, exigia.
Não
se trata mais de empreendermos medidas de aplicação com efeitos em longo prazo
e de demorado processamento político. O Estado Brasileiro precisa mobilizar um
Comitê de Crise para enfrentar o que está iminente.
As
variáveis da equação mudaram drasticamente nos últimos dias. Não se trata mais
de fazer planos e propostas para o país crescer, mas agir agora para o país
sobreviver (literalmente).
Não
é uma marolinha como considerou em
2008 o mandatário de plantão e nem é uma crise inexpressiva como quer o atual.
Para
fazer face à marolinha o governo de então mandraquiou créditos
a-perder-de-vista e desoneração fiscal e a bomba explodiu na mão da pobre
mulher pobre, além, claro, do maior saque de recursos públicos como nunca na
história deste país.
O
governo (?) atual tem a grande e definitiva chance de mostrar a que veio. Se o alto escalão do governo estava dormindo
só quatro horas por noite é provável que diante do que está posto ele fique totalmente
sem dormir.
Há
competência técnica instalada e há habilidade política para solidarizar-se
neste câncer. O que talvez falte neste momento seja: um alfinete desinflador de egos.
Não
são muitos os atores necessários para a articulação de um pacto realista e
imprescindível para empreender ações terapêuticas provavelmente necessárias
para debelar ou mitigar os danos prováveis do covid-19 e suas devastadoras
consequências econômicas.
A
marolinha somada à roubalheira homérica devastou a economia brasileira e levou
às ruas 15 milhões de desempregados e outros milhões de desalentados. O
covid-19 poderá ceifar vidas humanas, sabem-se lá quantas.
Que
nossas lideranças construam uma mesa redonda sem arestas.
É
hora de trocar o “T” pelo “D” em SOLI_ÁRIO.
Até
breve.
Acho que não tinha escrito nenhum post com tamanha aderência ao título do Blog.
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