Cultura
no do Turismo ou Turismo no da Cultura? Não é um debate irrelevante olhado sob
a perspectiva econômica.
Colocada
à margem a questão mais “nervosa” que diz respeito à identidade, tanto das
maravilhas do “país bonito por natureza” quanto à produção artística, vale a
pena “pensar” (como propõe Regina) a questão.
O
Brasil é um diamante bruto de alto quilate a ser explorado. Nosso país tem um
patrimônio vastíssimo e diversificado de oportunidades a serem estimuladas
através de investimentos na indústria mais limpa do mundo.
Tem
clima sem extremos expressivos, um mercado de oferta de mão de obra abundante e
um calendário amplo, eclético e original de eventos culturais ímpares e
extraordinários, além de uma beleza natural com milhares de espaços
contemplativos de tirar o folego.
Há,
no entanto e historicamente, a dilapidação gradual e contínua da marca BRASIL
para o consumidor local e externo.
BRASIL
é um “produto” que está com a marca arranhada pela “guerra civil”, pela
corrupção endêmica e por um governo travado pela impossibilidade objetiva de,
no curto prazo, viabilizar programas de fomento e desenvolvimento da indústria
do turismo e de bens culturais.
2020
contempla um orçamento com mais de R$100bi de déficit e a administração atual
não cometerá as mesmas soluções mandraquianas de criar incentivos via renúncia
fiscal, expansão delirante do consumo e, naturalmente, pedaladas. Quem cometeu
deu no que deu.
Reformas
fiscais e administrativas são vitais e de expressivo impacto (estão sendo
implantadas com décadas de atraso), mas vão dar retorno lá pelo final dos anos 30.
Não
conheço nenhum movimento e não encontro lideranças capazes e ousadas o
suficiente para pensar uma virada de expectativas no produto e na marca que
faça dolarestur inundarem o país.
Julho
de 2013 não resultou em um levante que pudesse alimentar corações e mentes para
uma revolução que colocasse o país em rota de crescimento e desenvolvimento
sustentável.
Estados
como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, sinistrados durante anos
por bárbaros sanguessugas e vitimados recentemente pela revolta da natureza,
estão lançados à mingua de seus recursos para custeio da máquina.
Sim,
o turismo e bens culturais deveriam ser a nossa escolha estratégica como
catapulta ao crescimento, mas a Cultura brasileira ocupada por questiúnculas
patrocinadas por suas expressões históricas mais celebres, e que encontra
acolhida e eco nas redes sociais, acaba obnubilando qualquer reflexão mais
profunda e tira do debate cérebros melhor credenciados para “pensar”.
De
qualquer maneira, Regina, eu acho que você fará um belo trabalho à frente da
Cultura, conciliando as intrigas e maledicências de “artistas” que, atualmente estando
de mal uns com os outros, farão as pazes para surpresa e delírio geral da
nação.
E
assim, é de todo provável que, por extensão, famílias inteiras, casais, amigos
históricos se reconciliem e esqueçam de vez pendengas escatológicas e
histericológicas.
Não
é pouco.
Até
breve.
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