Pelo menos, duas hipóteses:
PRIMEIRA
O atual mandatário é um aborto da História recente da política brasileira. A maior parte dos
eleitores surfou a onda do basta a um conjunto de mazelas de diferentes virulências.
Agora,
ungido, mostra quem é: desqualificado para ocupar um cargo de tamanha
envergadura. Despreparado psicológica, social, intelectual e politicamente.
Não
tem o equilíbrio necessário para suportar o espectro de pressões que a posição
sofre e nem é capaz de compreender as ações a serem empreendidas para
equacionar e tratar o foco originário das tensões.
Não
tem traquejo social que a exposição institucional exige. Alguns membros da
família contribuem para alimentar uma percepção extremamente negativa do seu
ambiente mais íntimo.
Não
tem a menor capacidade para absorver, compreender, analisar, debater e agir no
imbricado e hipercomplexo ambiente de decisões de curto, médio e longo prazos.
Não
tem partido. É um franco atirador em mais de trinta anos de vida pública.
Portanto, ele é um engodo que resultará em perdas expressivas para o
desenvolvimento do país.
SEGUNDA
É um estadista com visão aguçada de longo prazo e tem um projeto com
arquitetura de poder para permanecer na posição e conseguir realizar um
conjunto de mudanças estruturais pelas quais a maioria da sociedade espera.
Constrói,
em torno de si, um bunker no Palácio
com a nomeação somente de membros das Forças Armadas para as funções de
Governo. O “núcleo duro” de poder sinaliza a que veio. Interna e externamente.
Delega
plenos poderes a experts da esfera econômica, capazes de produzir mudanças disruptivas, com boa aceitação no
mercado e determinados, para tal, a enfrentar as mazelas da política comezinha.
Age
desarticulado da esfera politico-partidária, mas busca afirmar-se em “nichos”
de poder não institucionais tanto no alto quanto no baixo clero.
Suas
crenças religiosas possibilitam a celebração de grandes acordos pastorais de
largo alcance nas periferias, objetivando garantir a massa de aprovação popular
que necessita para disputar e vencer eleições.
Constrói
diariamente episódios bombásticos derivados de questiúnculas para criar uma
nuvem de fumaça em torno do que verdadeiramente interessa e, assim, desviar a atenção
dos controladores da opinião pública, mídia e analistas de conjuntura.
Expõe,
às vísceras, as instituições democráticas para justificar suas práticas
messiânicas.
Despreza
a cultura na medida em que ela é sempre o maior empecilho para os propósitos em
que, lideranças como Bolsonaro, se pautam.
Seguinte:
este post não ultrapassa a mais uma provocação do nosso editor de Política, que
escreve, publica e depois vai pro terreiro chupar jabuticabas.
Até
breve.