Quero
fazer desta foto uma parábola carregada de sentido.
Quero
carregá-la de metáforas que sinalizem um novo tempo.
Não
só minhas netas, mas os meus netos são simbolicamente o meu porvir. Todo o meu
legado.
Quero
olhar para a vida com esta expressão.
Há
que endurecer-se sem jamais perder a ternura. Esta frase não é minha, embora eu
a sinta como o fosse.
Faço
careta a tudo o que está aí de abominável, torpe, vil.
Coloco
a língua para fora e repudio todo ato que não enderece à paz.
Zombo
daqueles senhores das regras, da moral e dos bons costumes embarcados em
tenebrosas intenções e sórdidos interesses.
Vou
ao encontro de todos os meus atos de amor, sem censura e sem amarras de
qualquer natureza, mesmo que eu possa desagradar a gregos e/ou troianos,
crentes e/ou ateus, negros e/ou brancos, homo e/ou héteros, e até mesmo aos
perplexos.
Não
estou obrigado a carregar o peso do mundo, já me basta a insustentável leveza
do meu ser.
Quero
o olhar brilhante, energizado por um humor valente e singelo, que possa
irradiar aos outros um resto de esperança.
Ponho
a língua de fora, infantil e deliberadamente ao feio, ao abjeto, ao falso.
Quero
a beleza.
Toda
ela e com toda intensidade.
Até breve.