Opto
por viver à margem.
Especialmente
depois de ser brindado pela leitura de poema, do qual retiro um fragmento e o coloco
em epígrafe, forjado por poeta-maior, que está por vir, e não me sinto
autorizado a revelar.
Há
muita pequenez no continente, sofro de ilha.
Olhado
na perspectiva daqueles que supostamente governam e na daqueles que se a
sujeitam, fica insosso o drama. Não me vale a pena forjar nenhum dizer, jamais
retirará dos ouvidos ensurdados a mesma cantilena.
Juro
que prefiro a utopia. Claro que será sempre um voo solo, insofismável.
Aquela
feita no miúdo crescer dos anos a fio, lenta, gradual, sedimentada pela
convicção de marchar a caminho de uma solidão. Profunda, irreversível e
absoluta.
Ademais,
a quem interessa senão a mim e somente a mim por ter sido parido? E assim. No
lugar do que já esteve escrito aqui e, por força de uma queixa profunda, refaço com algo
adquirido hoje de Borges: “Embora a vida
de uma pessoa seja composta de milhares e milhares de momentos e dias, esses
muitos instantes e esses muitos dias podem ser reduzidos a um único: o momento
em que a pessoa sabe quem é, quando vê diante de si.”.
Portanto,
não me permito senão defluir, bordejando das têmporas. Há de haver um tempo em
que tudo será afinal proibido de proibir.
E
a liberdade, como queria Cecília, essa palavra que o sonho humano alimenta, não
há ninguém que explique e ninguém que não entenda, virá em vendaval.
Da
dor de conquista-la é do que se falar carece.
Todo
santo dia.
Diária
e cotidianamente.
Mesmo
que coração e mentes doam, e doam de um tanto que pareça mazela aplacável por
antidepressivos.
Danem-se
os conformes, como se houvesse mesmo uma lógica plausível de destinos. Não, não
e não.
Viver
sempre há de ser uma negação do absoluto, nunca e talvez aqui seja nunca mesmo,
terá outra dimensão.
Sim,
no lugar de um Tudo indizível, a poesia grita.
Ave,
Poeta!
Até
breve.
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