quinta-feira, 21 de novembro de 2019

SINTONIA




O governo federal, em linha e coerente com a política de Mais Brasil e Menos Brasília, instituiu ontem através do Ministério da Educação e do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, um mecanismo para a criação de um canal de comunicação direta com todas as escolas do país.

Tal expediente tem como propósito o controle das práticas pedagógicas, disciplinares e institucionais dos órgãos de ensino facultando aos alunos, pais, professores e outros interessados em apontarem falhas, inadequações, comportamentos e/ou práticas nocivas e em desacordo com a política educacional vigente.

Assim, penso, parcela da sociedade (vinculada à questão educacional) terá como acessar diretamente aqueles ministérios para levar a eles as condições de funcionamento dos estabelecimentos de ensino.

Com a iniciativa a enxurrada de questões que desaguarão, em ambos os órgãos de Estado, seram analisadas e tomadas providências que tanto anseiam pais, mestres, alunos, bem como a sociedade em geral.

Em linha direta o governo federal não poderá deixar de tomar contato com todas as mazelas que vitimam a educação no país desde o desvio criminoso de verbas; a precariedade de instalações, móveis, utensílios e, sobretudo instrumentos pedagógicos; conteúdos distantes da realidade objetiva do educando e tantas outras questões que emolduram o quadro lamentável em que se encontra, há décadas, a parte mais sensível da alma nacional: a formação de seus cidadãos.

É claro que a medida receberá crítica dos opositores de plantão, o que mostra a evolução da democracia em nosso país. Questionarão que tal decisão aplica-se a governos autoritários, de exceção, politiburros e outras bobagens do gênero.

Ah, falando em gênero, reside aqui também uma grande expectativa com o governo central com o que receberá através do canal direto: ele poderá empreender ações corretivas sobre qualquer disfunção, aberração ou incitamento a opções transmutantes.

Escrevi este post hoje quando o dia amanhecia com a intenção de postá-lo agora à noite. De fato poderia continuar aqui falando de mais esta trapalhada do Exército de Brancaleone, mas vou não.

É que eu assisti agora à noite ao filme do Karim Ainouz, A Vida Invisível, cujo epílogo marca a grandiosidade de Fernanda Montenegro. Antes de entrar no cinema passei em uma livraria e comprei a biografia dela.

Fiquei pensando em Manoel Castells, em quão distante está a visão dos governantes em relação à realidade dos governados e o que representam os movimentos em benefícios de maior dignidade.

Na orelha do livro de Fernanda o editor faz uma citação de Drummond sobre a diva: “Não se sabe o que mais admirar nela: se a excelência de atriz ou a consciência, que ela amadureceu, do papel do ator no mundo. Ela não se preocupa em elevar ao mais alto nível sua arte de representar, mas insiste igualmente em meditar sobre o sentido, a função, a dignidade, a expressão social da condição de ator em qualquer tempo e lugar.”

Ave Castells!

Ave Fernanda!


Até breve.

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