O
governo federal, em linha e coerente com a política de Mais Brasil e Menos
Brasília, instituiu ontem através do Ministério da Educação e do Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, um mecanismo para a criação de um
canal de comunicação direta com todas as escolas do país.
Tal
expediente tem como propósito o controle das práticas pedagógicas,
disciplinares e institucionais dos órgãos de ensino facultando aos alunos,
pais, professores e outros interessados em apontarem falhas, inadequações,
comportamentos e/ou práticas nocivas e em desacordo com a política educacional
vigente.
Assim,
penso, parcela da sociedade (vinculada à questão educacional) terá como acessar
diretamente aqueles ministérios para levar a eles as condições de funcionamento
dos estabelecimentos de ensino.
Com a iniciativa a enxurrada de questões que desaguarão, em ambos os
órgãos de Estado, seram analisadas e tomadas providências que tanto anseiam
pais, mestres, alunos, bem como a sociedade em geral.
Em
linha direta o governo federal não poderá deixar de tomar contato com todas as
mazelas que vitimam a educação no país desde o desvio criminoso de verbas; a
precariedade de instalações, móveis, utensílios e, sobretudo instrumentos
pedagógicos; conteúdos distantes da realidade objetiva do educando e tantas
outras questões que emolduram o quadro lamentável em que se encontra, há
décadas, a parte mais sensível da alma nacional: a formação de seus cidadãos.
É
claro que a medida receberá crítica dos opositores de plantão, o que mostra a
evolução da democracia em nosso país. Questionarão que tal decisão aplica-se a
governos autoritários, de exceção, politiburros e outras bobagens do gênero.
Ah,
falando em gênero, reside aqui também uma grande expectativa com o governo central
com o que receberá através do canal direto: ele poderá empreender ações
corretivas sobre qualquer disfunção, aberração ou incitamento a opções
transmutantes.
Escrevi
este post hoje quando o dia amanhecia com a intenção de postá-lo agora à noite. De fato poderia continuar aqui falando de mais
esta trapalhada do Exército de Brancaleone, mas vou não.
É
que eu assisti agora à noite ao filme do Karim Ainouz, A Vida Invisível, cujo
epílogo marca a grandiosidade de Fernanda Montenegro. Antes de entrar no cinema
passei em uma livraria e comprei a biografia dela.
Fiquei
pensando em Manoel Castells, em quão distante está a visão dos governantes em
relação à realidade dos governados e o que representam os movimentos em
benefícios de maior dignidade.
Na
orelha do livro de Fernanda o editor faz uma citação de Drummond sobre a diva: “Não
se sabe o que mais admirar nela: se a excelência de atriz ou a consciência, que
ela amadureceu, do papel do ator no mundo. Ela não se preocupa em elevar ao
mais alto nível sua arte de representar, mas insiste igualmente em meditar
sobre o sentido, a função, a dignidade, a expressão social da condição de ator
em qualquer tempo e lugar.”
Ave
Castells!
Ave
Fernanda!
Até
breve.
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