O que
me desanima são os comentários.
Ei,
espera, volta aqui, eu sei, você já leu esta frase, mas este é outro post.
Se
bem que, em tese, sobre o mesmo, a mesmice, a repetição, o lugar e senso comum,
a chatice. Ou até descalabro. Hoje está em voga: esdruxulo.
Este
blog tem um único compromisso: desopilar o seu redator, embora nunca soube o
que isto quis dizer exatamente. De novo, os que me leem já algum tempo sabem
que não se aproveita nada daqui. Tipo do discurso enviesado, com a explícita
intenção de dizer o rigorosamente oposto.
Vamos
ao post.
Comentário
extraído hoje de uma crônica em jornal digital:
“A
preocupação com as expressões e opiniões do presidente contra isso ou aquilo,
contra este(a) ou aquele(a), alimenta a mídia egocêntrica. O presidente veio
para isso mesmo, mudar o que deve ser mudado, mexer onde deve ser mexido. A
insatisfação é porque ele veio e está fazendo tudo que o politico bonzinho não
ia fazer, mexer em tudo e dar uma volta por cima no brasilzão abandonado. A
crítica quanto a tudo que o homem faz é fruto da desejada mesmice, da desejada
deixa como está para ver como é que fica. Todos falavam em reformas, em
mudanças e tal, quando elas vem a grita é geral. É incrível.”
Se
o presidente conseguir concluir o mandato, serão quatro anos de um inestimável
serviço ao país: a explicitação da barbárie, da ignorância e da truculência
predominante.
Este
presidente é de uma pureza acachapante. Ele age e reage seguindo seus instintos
primários. Ontem ouvi um repórter dizer que o presidente não sabe da liturgia
do cargo. Fico imaginando a reação do mandatário: “Liturgia? Isso é coisa de veado
ou de esquerdopatas!”
Esse
cara é outra coisa, não tem nada a ver com o que quase sempre esteve exposto. Ele
não está sentado em uma cadeira institucional com seus ditames protocolares e
etiquetas transnacionais. Ele é franco-atirador.
Ele
não representa nenhuma lógica ideológica, religiosa, moral, partidária
encontrada nos livros mais complexos da sociologia tradicional ou
contemporânea. Ele fala por si e foda-se o mundo!
Na
nossa tragicomédia não poderia faltar um personagem tão rico, quanto o atual
presidente da respública. Assim mesmo: res, com o sentido de próximo, portanto
próximo do público, do povo.
Ele
é a nossa melhor representação até aqui, embora possa melhorar muito ainda. Ele
consegue incorporar toda a nossa história não resolvida de um passado remoto e
de um passado recente e está preso a eles com uma convicção doentia. Tudo que
está aí, para ele, resulta do passado feito “por eles”. Sua missão carregada no
nome é limpar a história e fincar um marco: Brasil antes e depois de mim.
Só
que o mundo não tem mais graça para os loucos varridos. Logo logo eles perdem
sua comicidade e tendem ao ostracismo.
Uma
pena, enquanto duram a gente se diverte tanto! Afinal que papel ocupamos na
tragicomédia, senão de plateia.
De
um circo. Às vezes, de horrores, é claro.
Até
breve.
Agulhô, eu fico pensando e ávido por entender como a história interpretará esses tempos. Faço parte de uma minoria, que aos poucos se torna maioria,que fica incrédula a cada entrevista. Não tenho como discordar, ele é o personagem brasileiro "cuspido e escarrado", que pena!
ResponderExcluirAproveito o ensejo para indicar o filme Bacurau. Super atual, futurístico, tragicômico e verdadeiro ao mesmo tempo. Indiquei à Valesca, mas por lá não chegou, ainda.
Abraço
Serginho
Estive pensando no título do filme (devo assistí-lo no final de semana), misturando as letras da palavra. Quase deu URUCUBACA. É mais ou menos como estar na LONA.
ResponderExcluirValesca não mora em Lages, mas em Longes, como diz o Vlad. Abraço, querido.