"Tudo neste mundo é produto da fórmula 'função x economia'.
Por isso nada é obra de arte: toda arte é composição e,
por conseguinte, antifuncional.
Toda vida é função e, por conseguinte, não artística."
Hannes Meyer
(1923)
No
fundo, falando assim muito de transparentemente, sem rebuscamentos e nem
escondidos cravados, a solidão nunca faz de todo bem.
Verdade
que o diálogo consigo próprio, no mais das vezes, é facilitado porque se tiver que mandar um ou
outro calar a boca não resta constrangimento. Embora, e não são poucas, tem
horas que é de amargar.
Isso
tem a ver com fragilidades caras, coisas que em consultórios devem rolar soltas,
e eu, como num vô, fico com elas aqui embrulhando estômagos. E dizem que ali é
que a coisa pega e não nos miolos, onde resida a psique.
Tive
uns tempos feicebocando, mas bordejei dali também. É grosso o trem. Voltei prá
cá, porque nunca de sei com quem estou falando e aí, supostamente num tem nem
debate e nem embate.
Aqui
tem até um canto pra comentários, mas depois destes anos todos (de blog) já
desisti. Ninguém vem prá cima. E quando vem - bom deixa prá lá -, porque são
tão poucos os leitores que se for brigar com eles aí que eu vou continuar
falando sozinho.
Pensar
com o umbigo, porta de entrada da região dos embrulhos, ainda fica zoando bem.
Ou não.
E
é sobre que eu vinha falando lá de cima.
Eu
desde menino fui circunspecto, mas saí pela vida no esculacho. Afinal, nem eu
mesmo tem horas me suporto. Todo aquele que pensa é um porre.
Principalmente
para si próprio.
Hoje
então, nem se me fale.
Os
anos têm debruçado sobre meus ombros neurais e vai ficando cada vez mais miúdo
o sofrimento de querer, pelo saber a partir do nada, encontrar algum sentido no
pouco que resta.
A
vida econômica nos transformou a todos em autômatos funcionais.
Independentemente de quanto jorrem contas bancárias. Montantes ou migalhas.
Melhor
não enveredar por aqui senão entro no senso mais do que comum ou, como queria
Nelson Rodrigues: “O óbvio que nos
escandaliza”.
Outro
dia disse a alguém (que queria por que queria sair de um imbróglio vivencial),
mas fui eu quem mais ouvi: “Num vale a
pena, faltam poucos anos para o fim”.
Droga
de vida essa! Pico na veia, extenuante. A única certeza nos acomete e diz.
Se
não escrevesse, enlouqueceria. E de tão covarde para não ser louco, turvo
páginas. Eu deveria mesmo é ficar com meus botões toscos.
Não
fosse para as nuvens para quem escreveria?
Até
breve.
Escreveria simplesmente para todos nós...
ResponderExcluirBrigado, amigo.
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