domingo, 6 de janeiro de 2019

ÍRIS





A atual ocupante da pasta ministerial da Mulher, Família e Direitos Humanos, presa-fácil aos brilhosos caçadores de plantão do ridículo, do escrache e da pilhéria, trouxe à tona algo relevante, ainda que não original e nem daora.

Além de ter alimentado a fome da idiotia que vaza uatisapes, o que é indispensável para manter a normalidade democrática da nossa republiqueta, a Ministra arrasta mares para uma tempestade de questões de nervo.

Consultada pela repórter-sorriso da Globonilsa, sobre o que viria a ser a parcela ministerial da arquitetura do estado atual que cuidaria (?) da Família, a pastora alertou a todos os rebanhos para um alarme.

Eu acho. E, sempre que eu acho, já sabem. Não procurem.

Ela advoga - sim ela é causídica de Vade Mecum jurídicos na cabeceira - a tese de que o Estado deve intervir no seio da célula-mater da sociedade. Foi defenestrada pelos globares gozadores (em duplo e múltiplo sentido) de que agora o Estado também invadiria o sacrossanto espaço da cidadania que é o lar.

Hum... Hum... Tumoristas da rede uni-vos. Aí tem material de sobra para dois ou três mil vídeos esclarechadores.

E um, se tanto, ponto de reflexão.

A auto e alta regulação pelo mercado, opção compulsória da tendência do neocapitalismo, tem gerado graves consequências na constituição dos vínculos que mantém a civilização minimamente equilibrada (lato sensu).

As inúmeras rupturas que redesenham a constituição química da célula-mater têm trazido consequências alarmantes e profundas na estabilidade do seio daquilo que, também está por se redefinir, enquanto Família.

Há, visível a olho nu, evidências grosseiras dos males da desagregação trazida por inúmeras circunstâncias, da célula. Fiquem tranquilos: meu filho mais velho já me alertou para eu não dar uma de moralista.

Correndo o risco e merecendo ser queimado no fogo dos infernos, insisto. Está aqui um tema relevante a ser pensado pelos intelectuais minimamente responsáveis.

O que está em reformulação ultrapassa os territórios do Homem (elemento da cultura, portanto no campo Moral) e invade o território da Humanidade (vastíssimo campo da Ética).

Quando a discussão trata se um casal homoafetivo pode adotar, ou gerar in vitro um ser, e tendo a criança passado a viver em companhia isto é família, é uma questão Moral.

Quando, por circunstâncias diversas e pelas mais cruéis e avassaladoras razões tornam o Homem impotente diante de sua própria realidade, enquanto construtor da Família, rompe os vínculos da tessitura mater da sociedade, aí sim é uma questão Ética.

O desemprego decorrente da neoeconomia fundada na extraordinária tecnologia; a desigualdade de oportunidades advinda da configuração geográfica e da riqueza; os inúmeros atos vis cometidos pela espécie humana contra si própria via guerras, terrorismo, que implicam em milhões de refugiados, isto sim é uma questão de Estado.

Se quiserem podem reduzir o debate.

Meninos: azul. Meninas: rosa.

O que será do arco-íris?


Até breve.

NOTA: Em anatomia, a íris é a parte mais visível (e colorida) do olho de vertebrados, e tem como função controlar os níveis de luz, assim como faz o diafragma de uma câmera fotográfica.



3 comentários:

  1. Agulhô, o poder público, na incapacidade de resolver questões que efetivamente lhe são próprias, quer entrar no seio das famílias, nas cores dos pijaminha... É as oposições retroalimentam discussões a respeito, ocupando-se- com a cegueira e interesses da mídia e de outros grupos- de temas que passam longe das verdadeiras demandas da população. Vivem um daltonismo de cinquenta tons de cinza num mundo que tem milhares de tons coloridos.

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    1. Sim, Julinho. A questão das cores nos pijaminhas ou onde mais couber são filigranas, embora encontrem ressonâncias apaixonadas. O que procurei no post foi dar guarida a uma questão, na minha opinião relevante e do escopo das funções do Estado, são as políticas públicas que minimizem os impactos sociais e políticos levanto à ruptura de famílias. No plano global, as guerras e o exodo e no plano local a questão do desemprego, da ausência de oportunidades na região domiciliar e outras mazelas.

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  2. Concordo, Agulhô. Acredito que estamos tendo a oportunidade de resgatar valores, especialmente de família. E termos o "direito" de expressar nossas opiniões, sem o risco de ser censurados como caretas. Estamos juntos nessa.

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