O que
restará dos corações aflitos tomados de sentimentos ensandecidos que a razão e
a moral não alcançam?
Sentimentos
que dão a dimensão do Homem enquanto Humano. “Há mais coisas entre o céu e a
terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.” Derivamos de Shakespeare
que escreveu em 1600, e colocou na boca de Hamlet.
Embora
a filosofia e a racionalidade sejam essenciais para o ser humano, elas não respondem
a tudo. Há mais no mundo coisas que a razão não consegue explicar. Por isso é
temerário legar todas as soluções da existência ao nosso limitado cérebro.
Some-se
a essa extraordinária limitação a Moral e seus ditames circunstanciais que implicam
em restrições à paixão sem freios e amarras.
O
coração, símbolo do que pulsa a humanidade no Homem, fragiliza.
Fosse
uma máquina e agora com toda tecnologia cibernética embarcada, provavelmente o
cérebro, pelo juízo da razão e da moral, sistematizaria aquilo que deveria
conter o coração.
Mas
não. A tecnologia não dará conta da loucura. Para a paixão não há remédio.
De
onde nasce e nutre o sentimento não há explicações plausíveis, fosse assim a
civilização seria outra.
Ao
longo de toda a História foram os sentimentos transloucados pela paixão que
movimentaram o círculo. Não foram esquemas lógicos racionais e nem aqueles
ditados por um determinado código.
O
princípio da paixão é o desejo.
E
o desejo é o desejo, que não se explica.
Vitimado
por marcos regulatórios, impingidos pela razão e pela moral mais do que
dominantes, o desejo sempre sofreu seus horrores e, ainda assim, sobreviveu
mesmo que inúmeras vezes enquanto ardia em fogueiras.
Quando
uma e/ou outra alma é dragada e/ou dragadas pelo mistério servirá a ele e tão
somente a ele e aos seus desígnios.
Cruel
tarefa essa de escrever o não escrevível. E olhe, na norma linguística a última
palavra da frase anterior não existe, portanto estou em erro e passível de
punições de toda sorte.
Aos
poetas, a dor.
Até
breve.
Estamos todos entregues aos desígnios de Deus.
ResponderExcluirUma paixão. Bração, Julinho.
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