Não
gosto do que se nos avizinha ao Alvorada.
E
digo que não gosto, porque ao longo de toda a minha vida não aprendi a odiar,
nem a pessoas e nem a realidade. Esta frase me lembra de uma citação que faço
em um dos livros que escrevi na juventude e que jamais os publicarei.
“Não
se trata de amar ou odiar, mas de compreender. Quem sabe assim a Humanidade
poderia ser menos iníqua.” (Niestzche)
Não
gosto do que a realidade nos impõe neste momento naquilo que se refere ao
processo eleitoral para o Palácio da esperança permanente. Há aqui, também, uma
inversão profunda de valores.
O
processo, embora legal, é cruelmente ilegítimo. A maioria está sendo
desconsiderada o que, sob qualquer prisma, confere-se em um golpe mortal ao
conceito essencial de democracia.
A
maioria não quer quem está por ser eleito. Não quer nem o candidato A e nem o
candidato B. A maioria está gritando: “EleS Não!”
Se
somados aos votos brancos e nulos (e parte das abstenções) àqueles dos
eleitores que estão escolhendo o candidato A para que o candidato B não vença mais
os votos dos eleitores que estão escolhendo o candidato B para que o candidato
A não vença, a apuração conferirá um resultado avassalador.
A
minoria está escolhendo quem presidirá o país. Nada mais trágico e ilegítimo.
São
numericamente inferiores os eleitores de convicção tanto no candidato A quanto
no candidato B. Por diferentes razões, mas seja pela qual for, não há
convicção, sem temor ou sem ressalvas.
Até
mesmo nestes, relativamente ao universo completo de eleitores, numericamente
inferiores, não há uma escolha irrestrita.
Busco
compreender e confesso tenho sérias dificuldades. O que verdadeiramente nos
trouxe a este quadro de equívocos? Por que optamos pela não manifestação pura
de nossa vontade? Por que nos omitimos diante de questões tão graves para o
presente e para o futuro?
Por
que traímos aos nossos mais profundos desejos? Por que escolhemos aquilo que
nos exporá à nossa própria verdade? Por que seguimos aos outros que também não
querem aquilo que, no fundo, nós também não queremos?
Por
que não somos capitães de nossa própria alma? (Ouvi esta frase, dita na
primeira pessoa, em um filme que assisti ontem.)
Rogo
para que os ilustres legisladores tenham a eleição de 2018 como algo a ser
considerado. Que revisem a estrutura dos marcos regulatórios da matéria.
Considerar inválida a maioria é, essencialmente, um equívoco determinante para
o desconcerto da sociedade.
Talvez
o futuro aponte que o equívoco seja meu.
Melhor.
Até
breve.
Atitude, e coragem o país precisa .Sem equívoco.
ResponderExcluirGrande escritor!
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