quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

BUFA




Notícia de Fato Irrelevante.

Anitta foi convidada para dar uma palestra na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, durante o evento Brazil Conference at Harvard & MIT. O evento será realizado em 6 e 7 de abril.

Desde 2015, o evento Brazil Conference at Harvard & MIT, organizado por estudantes brasileiros que vivem na região de Boston, reúne líderes e representantes da diversidade brasileira para debater sobre diversos temas relevantes e propor soluções para o país. Tendo como palco a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o evento já recebeu nomes como Dilma Rousseff, Sérgio Moro, Gilberto Gil e Wagner Moura. 

Pois é, são eventos como esses que nos entusiasmam e nos dão esperanças de que o caminho da solução está sendo achado.

Se bem que, colocado de lado a ironia, devemos pensar um pouco a respeito de Anitta ter sido convidada, não pela expressão do evento em si (que é desprezível), mas o que dele repercute.

O Brasil é Anitta também, embora não, sobretudo. Mas é Anitta. Esse sonho coletivo de milhões de meninas em atingirem a fama, ainda que meteórica, claro, porque Anitta (como tantas outras) desaparecerá como surgiu.

Anitta é produto de nossa extraordinária capacidade de produzir espetaculoses com um grau de efemeridade avassalador. Traduzindo: o invólucro em celofane do Nada.

Vai malandra.

Perdemos substância cultural, econômica, política, social. Somos um feixe de factoides repetitivos a serviço da nossa servidão voluntária, essa escolha centenária que nos torna coadjuvantes de um texto em cena em um palco vazio.

A gente somos inútil.

Brasília está desabando concretamente de podre. Nossa dignidade, nossas instituições, nosso futuro, nosso sentido histórico.

Estou me referindo à ideia que algum dia (é provável) que tínhamos de povo brasileiro, que nas aulas de moral e cívica, enaltecíamos, mesmo que sobre bárbara ditadura.

Hoje o debate nacional reduziu a correntes paranoicas e pseudoideologizadas cuja resultante é senão nula, angustiante. Nele, nesse histérico e estéril debate vamos nos dissolvendo ainda mais, postergando o impostergável já que a vida é finita e ali na frente ela nos cobrará sentido.

Quando o país construirá um Fato Relevante? Desde junho de 2013 não acontece nada que mereça atenção.

Até breve.




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