Doravante acreditarei na Verdade.
Doravante acreditarei na Verdade que contempla a Mentira. Todas elas.
A mulher do rei é honesta. A mulher
do rei é vadia. Se ela for honesta, não será suficiente, o rei fará de um tudo
para que ela pareça aos olhos de todos, ser honesta. Se ela for vadia, o rei
fará de um tudo para que todos creiam que ela não é vadia.
Essa a Verdade.
Nos primórdios nos contamos a Verdade
Original: Deus existe. E foram tantas e quantas as Mentiras que se sucederam
para parecerem a todos que Deus existe que, quase, essa seja a Verdade.
“Fazei o homem à minha imagem e
semelhança.” Nossa pretensão não tem limites. Construímos Deus ou a ideia dEle,
à nossa imagem e semelhança. Como não seria viável concebê-lo Todo, elaboramos
a estória e a História de um filho de mãe virgem, que nos salvaria.
Durante milênios nos matamos por
isto, durante milênios involuímos por isto.
Como conviver com a Verdade
Original impregnada de uma Mentira Essencial?
Acreditando na Verdade. Acreditando
na Mentira. Então Verdade e Mentira são o mesmo? Que importância tem, se tudo
é. No fundo ninguém nunca saberá, sendo a rainha honesta, de seus sonhos ou
pensamentos para lá de libidinosos. Sendo vadia, ninguém saberá de seus
inúmeros esforços para um dia largar essa vida.
Deixemos de lado a filosofia de
botequim, regada à cerveja barata (com ou sem pombos moídos e tira-gosto de carne fraca?), e vamos ao que
interessa: a Verdade.
O povo é desonesto, logo seus
representantes também o são. Os representantes foram seduzidos pelos Poder e se
tornaram desonestos e, portanto, um péssimo exemplo aos seus representados.
Daí, deixar 100 contos na CNH
quando flagrado pela PRF, pedir NF no valor superior para o Relatório de
Viagem, não emitir recibos quando profissional liberal assemelha-se a pagar
porcentual sobre contratos (públicos e privados) a título de propina, são
Verdades.
Mentira! Uma coisa é uma coisa,
outra coisa é outra coisa. Verdade.
Caixa um, pode. Caixa dois pode, em
termos. Vamos fazer uma lei disciplinando a orgia. Fixaremos tetos para as
campanhas, e determinaremos um Fundo (bem fundo) de bilhões de reais que os
contribuintes contribuirão contribuindo com sua passividade histórica.
Verdade Original com Mentira
Essencial.
Vamos pedir mais cinco dias de
prazo em mais de dois anos de processo, para complementar os argumentos de
defesa; vamos ouvir testemunhas uma de dentro e três, hoje de fora por força de
homologação da delação premiada, para consubstanciar (a Mentira produz palavras
lindas) as provas cabais. E vamos enrolar, até que...
Em quinze anos a União não terá recursos
arrecadatórios para custear senão a folha do serviço público e as
aposentadorias. Portanto, toda a arrecadação será destinada aos inativos.
O Estado estará falido.
Vá ao título do post.
Até breve.
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