“A questão é que o Brasil não
perdeu a Solução; o Brasil perdeu o Problema.”
Esta é uma das frases atribuídas ao
luminar ex-Ministro Delfin Neto, autor de outras como “No Brasil tudo acaba em
pizza” e “Não há nada que aconteça no Brasil que uma semana não apague”.
Pois é.
O Brasil, com seus quase 14 milhões
de desempregados, parou ontem a título de Greve Geral. Nos últimos dezessete
dias perdeu quatro dias úteis de trabalho, sendo três por feriados (sexta-feira
santa, Inconfidência Mineira ou Tiradentes e Dia do Trabalho) e um,
parcialmente, pelo movimento paredista.
O mote para a utilização do direito
universal de cruzar os braços foi, em tese, a negação dos “trabalhadores” às
Reformas do Estado nas Leis do Trabalho e as mudanças no sistema previdenciário.
Se há algo pouco conhecido pela
expressiva massa de brasileiros é o Direito do Trabalho, que tem como uma de
suas máximas: “In dubio, pró mísero”. Ou seja, na dúvida, a pendenga resulta a
favor do pobre do empregado.
Provavelmente ou quase certamente, foi
o que fez embaralhar as barbas da justiça trabalhista, afogando-a em zilhões de
demandas de miseráveis, assessorados por adevogados
remunerados sucumbentemente ou em parcelas extraídas de vis empresários, que
não quiseram ou não souberam fazer acordos prévios.
Milhares de sindicatos, abertos
formalmente como igrejas, cobrem ainda os pobres dos desassistidos com o manto
da proteção, via contribuição sindical e dízimos. Somados aos descontos
previdenciários, vale comida, transporte, creche, uniforme, assistência médica...
O salário ó.
Trilhões de reais de renda do
sistema produtivo, anualmente, esvaem-se em falcatruas institucionais,
ineficiências do Estado, incompetência de gestão pública, e outras mazelas da
base econômica nacional.
O problema é o Governo. Este último,
então, nem me fale! Eleito em sufrágio universal, deposto constitucionalmente e
tendo assumido o Vice, a massa que o elegeu atribui aos adversários o Golpe. Querem
que o Vice que elegeram saia. Samba do crioulo doido.
O problema é a Mídia. Analistas de
plantão acelerados, pelos meios tecnológicos mais sofisticados e de expedientes
de manipulação, de todas as cores e matizes pilham com energia cósmica a
esquizofrenia social. Patrocinam e amplificam a ideia de que a massa se
polariza entre esquerda e direita. Teses arcaicas, caducas, do milênio passado.
O problema é a Justiça. O crime compensa.
No emaranhado dos inúmeros dispositivos legais, chicanas processuais,
negociatas, vendilhões do templo da justiça perpetuam a barbárie de criminosos
públicos e privados. Mandam prender preventivamente e mandam soltar caltelarmente porque os
réus, embora autores de crimes translúcidos, ainda não foram devidamente
julgados pela corte específica.
O problema é o povo. Pela sua
miséria educacional, intelectual, cívica, moral e pelas suas síndromes as mais
diversas.
No mais das vezes a Solução
encontra-se no Problema, como o perdemos...
Na semana que vem, depois do
feriado, o país volta. Ninguém se lembrará da Greve Geral, Eike será solto
abrindo jurisprudência para que os demais também o sejam e, Lula, não será
preso (embora seja o que ele mais queira), por razões óbvias.
Mas há sinais de melhora evidentes.
Melhorais para cânceres.
Até breve.
Excelente texto! O problema é a mídia. O Problema é o povo que se deixa levar pela mídia. Soma-se povo alienado x mídia passional e está feito o pior dos cânceres.
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