Bastasse a perversa distribuição da
riqueza, mas não, somos capazes de produzir mais iniquidade.
Deixo de lado
causa-efeito e penso que o tempo presente nos vitima com algo mais triste,
ainda.
O flagelo das instituições que
demarcam a sociedade. Escola, templo, caserna, palácio, família.
Em todos os países do mundo a
educação tem sofrido pesadas críticas: não temos sido capazes de reproduzir
conhecimento que garanta melhores tempos.
Afora arroubos fanáticos, a
religião não tem conseguido ser porto seguro aos desesperados e nem freio aos
excessos da besta.
Os exércitos continuam estando a
serviço de comandos déspotas.
Os palácios abrigam a escória da
vilania.
O lar deforma-se e não acoberta
caminhos, saídas e nem esperanças objetivas.
A resultante a mim agonia.
Pudesse eu ficar livre,
absolutamente, deste pensar, desta consciência. Alien e reduzir-me a um ser que
opera a vida. Trabalha, come, bebe, relaciona-se (restritamente, quase
solitário), vê o que passa, distrai-se. Ri.
Não tem, contudo, um segundo sequer
que o espírito não determine o humor. Cáustico, a ponto de não ter cura o
gástrico. O tubo de linguagem queima como fogo, ali onde moram as palavras.
Não raras as vezes que, antes de me
sentar diante de laptops, venho com propostas de lenitivos. Deve existir algo
de bom pelaí para o qual devemos voltar nosso olhar.
Só se for para os tempos vividos
até os dez. Morresse na época e perguntado na porta da eternidade: e, aí
companheiro, viver valeu? Jamais eu entenderia porque me tiraram do paraíso.
Daí a passagem: Vinde à mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus.
Depois da infância não há
humanidade.
Morrendo agora e perguntado na
porta da eternidade: e aí, companheiro, viver valeu? Porque nos legaram tamanho
inferno, quem sabe o porvir não seja para compreender as razões de tamanha
aberração.
Em feverê tem carná,
Tenho um fusca e um violão,
Tenho uma nega chamada
Teresa...
Sou um menino de mentalidade
mediana (pois é)
Mas assim mesmo, feliz da
vida
Pois eu não devo nada a ninguém
(pois é) pois eu sou feliz, muito
feliz comigo mesmo
Sambaby, sambaby..
Pai afasta de mim este cálice.
Até breve.
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