Pretinha pegou alguns livrinhos na
biblioteca para Liz e Valentin. Entre eles, um destinado à Liz: Até as princesas soltam pum.
- “Sua cara, pai!” Mandou mensagem
via WhatsApp, anexando foto da capa do livrinho.
- “Por que você não escreve suas
histórias como a do livrinho. Ia fazer o maior sucesso! Genial”!
Pois é.
E o pior, capaz de ela ter razão.
Sem particularizar no pum das princesas, a idiotia tem largo espectro de
consumo. O que circula na rede e em todos os meios são toneladas de puns.
Youtubers são visualizados por
milhões de pessoas centenas de vezes e expandem suas conexões virulentamente.
Humor, ironia e idiotia têm limites tênues. Acho que esses ingredientes fazem
parte do contemporâneo.
Rir ainda é o melhor remédio.
Especialmente como antídoto a
tantas variáveis da realidade insustentável.
Sexta-feira agora brincava com
Antônio e ele soltou um pum. Simulei susto e caí no chão. Antônio deu
gargalhadas de perder o fôlego. Quis repetir a brincadeira e fez mais força do
que seria necessária apenas para fazer o que princesas fazem.
- “Vovô, fiz cocô”! Disse ele, com
as mãos nos fundos da cuequinha, um pouco constrangido. Ele está deixando suas
fraldas e de quando em vez isto ocorre.
Faz parte da nossa formação e
desenvolvimento.
Tudo bem que, durante a campanha,
se possa exalar puns de diferentes megatons e alguns até encontrem narizes para
serem absorvidos. São odores inerentes ao processo cada vez mais descivilizado
da ilusória democracia do decadente Império.
Só que enquanto puns, vá lá. O
problema é quando na sequência da buzina veem sólidos. Barrar a entrada de
refugiados, de habitantes de determinados países supostamente envenenados com o
mal muçulmano, construir fronteiras reais com o país de quem surrupiou uma metade do território em guerra, e outras borradas mais não faz ninguém rir.
Trump me assusta pelo nexo de suas
decisões. Sua nervosa caneta baixa aos quilos decretos que criam imponderáveis
consequências no curto, médio e longo prazo. A Justiça Americana vai entrar na disenteria
e pode ocorrer o inverso do que sempre ocorre.
O Império copie a Colônia. Lá como
cá se estabeleça uma crise entre poderes. Só que lá a Constituição tem mais de
duzentos anos e, o pior, é letra viva.
E, como se não bastassem puns e sólidos subsequentes
lançados para fora de seus vasos jurisdicionais, agora a coisa começa a feder
internamente.
Punzão de
ontem determinou às forças que elaborassem plano de extermínio de grupos
terroristas com cronograma e custos de implementação.
Em dezenas de posts aqui citei
pesquisa realizada por consórcio de universidades americanas e europeias, realizada
em 165 países, sobre o que mais aterroriza as pessoas. Conclusão da pesquisa: Primeiro,
a potencialidade de uma hecatombe nuclear. Segunda, a irreversibilidade da
fome. Terceira, a ausência de líderes.
A mim o que mais aterroriza está em
terceiro lugar. Príncipes que soltam puns.
Até breve.
Isso tb me aterroriza! Nao consigo entender como um líder de um país desse, pós OBAMA, aceita isso. Inacreditável!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. Como se não nos bastassem todos os desafios da atualidade, Trump ainda os amplifica e distorce.
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